A presidente da JSD, Margarida Balseiro Lopes que falava à agência Lusa à margem de uma conferência no Centro Cultural de Cascais, no distrito de Lisboa, subordinada ao tema “Que Causas Movem os Jovens?”, afirmou que a juventude continua a interessar-se por política apesar de o fazer através de diferentes meios.

“A ideia que eu tenho é que os jovens estão afastados da classe política, dos partidos e da política convencional o que não significa que não se interessem por política ou pelos temas que lhes dizem respeito. Há é outras formas de participar. Hoje em dia não se têm de circunscrever aos partidos ou às juventudes partidárias ou associações, há outros foros menos formais que lhes permitem que eles possam dar a sua opinião”, afirmou.

Para o secretário-geral da JS, Ivan Gonçalves importa também que os partidos “deem espaço às novas gerações”.

“É importante que os partidos se vão rejuvenescendo (…) Cabe também aos partidos darem espaço para que estas novas gerações possam ter alguma preponderância no seu seio”, afirmou, destacando ainda a importância de eventos que promovam informalmente o contacto entre políticos e jovens, para que possam fomentar a partilha de experiências.

Questionado sobre o envolvimento das associações estudantis com os movimentos partidários, o presidente da JP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou que ambas “preenchem um campo fundamental para a cidadania ativa”.

“As juventudes partidárias assim como o associativismo académico devem encarar a sua participação cívica como um dever moral. Há causas e bandeiras que dizem diretamente respeito à juventude e precisam de ser abraçadas pelos mais jovens e não pelos anciãos ou pelas gerações que nos precederam. Sobretudo, porque se colocam graves entraves à progressão e à mobilidade social das novas gerações, assim como à sua emancipação no contexto social”, destacou.

António Azevedo, da JCP, considerou ainda que atualmente é “muito mais fácil” fazer propaganda para uma viagem de finalistas do que “entrar propaganda política numa escola”, enfatizando o afastamento dos jovens em resultado de constantes desilusões.

“Uma das grandes razões [para o afastamento da política] é o estado atual do nosso país. Verificamos até hoje os constantes governos PS, PSD e CDS que no meio de inúmeras promessas para a juventude muito poucas foram cumpridas e isso, claramente, contribuiu para uma desilusão dos jovens face à política”, afirmou António Azevedo.

Diogo Alexandre, membro da Coordenadora nacional de jovens do BE referiu também que a “despolitização dos jovens” é fruto das imposições de horários sobrecarregados e “demasiada burocracia” que, afirmou, derivam numa “despolitização geral da sociedade”.