"No final do treino distribuímos sacos pelos miúdos e, durante 10 a 15 minutos, damos umas pagaiadas para recolher o lixo que encontramos no rio. No final, surpreendem-se com a quantidade de lixo recolhida", afirma Sérgio Maciel, campeão do mundo de maratona de sub-23 em C1.
O jovem canoísta dá o "exemplo", ensinando os jovens a "cuidarem do ambiente".
"O kayak ‘plogging' é simples, divertido e ao mesmo tempo que o praticamos contribuímos para uma comunidade mais limpa, mais ecológica e mais agradável", referiu o atleta que, em 2019, vai ser inscrito pelo Viana Garças Clube.
O secretário do clube, José Alberto Araújo, disse tratar-se de uma atividade "pioneira", inspirada no ‘plogging' que já era desenvolvida nas margens do rio Lima.
"No clube já havia a preocupação de recolher todo o lixo que os atletas iam encontrando no rio durante os treinos. Agora passou a ser uma prática regular. No final dos treinos, os atletas já vão munidos de um saco com a intenção de apanhar tudo o que encontrarem nas águas do rio, a partir dos kayaks que utilizam diariamente", explicou.
Através do kayak ‘plogging’, os 30 atletas do clube têm vindo a recolher no rio "sobretudo plástico e algum vidro".
Fundado a 28 de dezembro de 2017, o Viana Garças Clube tem três núcleos, em Darque e Santa Marta de Portuzelo, ambos no concelho de Viana do Castelo, e outro em Valença.
"Em Valença, iremos lançar uma outra atividade no rio Minho relacionada com as espécies invasoras", adiantou.
José Alberto Araújo destacou a importância da participação de Sérgio Maciel na mobilização dos atletas, "combinando a atividade física de pagaiar com a recolha de lixo".
Em setembro, Sérgio Maciel, de 20 anos de idade, conquistou a medalha de ouro, em C1, no mundial de maratona que decorreu na Vila de Prado, distrito de Braga.
Em 2017, o canoísta natural de Viana do Castelo sagrou-se vice-campeão do mundo, em Pietermaritzburgo, na África do Sul. Sérgio Maciel acumula vários pódios europeus e mundiais nos escalões de júnior e sub-23.
Em 2016, Sérgio Maciel ficou conhecido por um gesto de ‘fair play' que lhe valeu o Prémio de Ética no Desporto, atribuído pelo Comité Olímpico Português.
O jovem, então com 18 anos, ao aperceber-se que um colega de equipa não tinha cruzado devidamente a meta, esperou por ele dando-lhe a vitória.
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