“Cerca de cinco milhões de habitantes do Donbass [leste ucraniano] e das regiões do sudeste da Ucrânia encontraram refúgio na Rússia”, indicou o representante, na sequência de uma reunião do Conselho de Segurança russo, citado pelas agências noticiosas russas.

Segundo Patrushev, “continuará a ser concedida uma atenção particular” a estas pessoas provenientes das regiões ucranianas anexadas por Moscovo.

“À medida que foram garantidas condições de segurança nestas regiões, o Estado fornecerá uma total assistência no seu regresso aos locais de residências permanente”, prometeu, sem precisar o momento em que poderá ocorrer.

Um boletim do Ministério da Defesa russo hoje divulgado refere que, desde o início da ofensiva russa, 4,6 milhões de pessoas que viviam na Ucrânia, incluindo cerca de 700.000 crianças, estão atualmente em território da Rússia.

Segundo o boletim, perto de 4.000 pessoas chegaram à Rússia nas últimas 24 horas.

Por sua vez, um responsável ucraniano da região de Kherson, sul da Ucrânia, denunciou a “deportação” de civis da cidade, retirados em direção à Rússia pelas autoridades de ocupação devido à contraofensiva do Exército de Kiev.

“A anunciada retirada equivale a uma deportação. O seu objetivo é fomentar uma espécie de pânico em Kherson e uma imagem para a propaganda”, denunciou o deputado local Serguii Khlan em conferência de imprensa.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.