“O chefe de Estado sente-se pessoalmente e totalmente preocupado com este tipo de tragédias. Acredite, mesmo que não veja lágrimas no seu rosto, isso não significa que ele não sofra”, disse o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, numa curta entrevista transmitida hoje.

“É improvável que alguém saiba e entenda o que ele está a passar, incluindo você e eu”, acrescentou Peskov.

Em 22 de março, homens armados entraram no Crocus City Hall, uma grande sala de concertos perto de Moscovo, e dispararam contra a multidão e incendiaram o edifício.

De acordo com o último relatório das equipas de resgate russas, pelo menos 144 pessoas morreram e 695 ficaram feridas durante este ataque reivindicado pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, o ataque mais mortal dos últimos vinte anos na Rússia.

Depois da tragédia, o Presidente russo esperou até o dia seguinte para falar publicamente e o Kremlin indicou na quinta-feira que não tinha planeado reunir-se com as famílias das vítimas, nem ir ao local do ataque.

Diplomatas ocidentais, nomeadamente americanos e europeus, bem como de países africanos e sul-americanos, deslocaram-se hoje ao local para depositar flores e observar um minuto de silêncio, informou a agência Ria-Novosti.

Na quarta-feira, Putin viajou para a região de Tver, a noroeste de Moscovo, para visitar um museu histórico e conhecer funcionários do setor cultural.

Na quinta-feira, participou num encontro dedicado ao turismo.

O Presidente russo só admitiu na segunda-feira que o ataque foi cometido por “islamistas radicais”, mas as autoridades russas acusaram a Ucrânia e os seus aliados ocidentais, que o negam veementemente, de o terem “facilitado”.