“Os Estados-membros da União Europeia chegaram a um acordo sobre o candidato a ser o próximo diretor-geral do FMI”, anunciou Bruno Le Maire, indicando que Kristalina Georgieva é agora a candidata dos países europeus.
O holandês Jeroen Dijsselbloem já tinha reconhecido a ‘derrota’, depois de ter reunido menos apoios dos Estados-membros da União Europeia.
“Congratulo Kristalina Georgieva pelo resultado nas votações de hoje. Desejo-lhe o maior sucesso”, escreveu o antigo presidente do Eurogrupo na sua conta na rede social Twitter, assumindo assim a derrota na disputa pela designação como candidato europeu à sucessão da francesa Christine Lagarde.
Antes da publicação de Dijsselbloem, já fonte europeia tinha revelado que a atual ‘número dois’ do Banco Mundial estava “claramente” na liderança, embora sem ter reunido uma maioria qualificada na votação.
“Os resultados da segunda votação foram muito claros em ambos os critérios e colocam Georgieva claramente à frente, com 57% no critério populacional e 56% no critério do apoio dos Estados-membros. Já Djesselbloem tem, respetivamente, 43% e 44% nos mesmos critérios, o que torna a diferença substancial”, notou a mesma fonte.
Também o ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, parabenizou a búlgara Kristalina Georgieva por ter sido escolhida.
O ministério das Finanças francês, tutelado por Bruno Le Maire, o coordenador do processo de escolha de um candidato na União Europeia (UE), tinha indicado que a votação iria decorrer “segundo as regras europeias de maioria qualificada”, que estipulam que o eleito tem de recolher o apoio de 55% dos países-membros representando pelo menos 65% da população da UE.
A mesma fonte europeia esclareceu, contudo, que “nunca se tratou de alcançar uma maioria qualificada”, mas sim de “usar os critérios do método da maioria qualificada” estabelecidos nos Tratados comunitários.
A votação para a designação do candidato europeu começou cerca das 7:00, com o processo a estender-se por quase 13 horas.
Após uma primeira votação em que nenhum candidato reuniu o apoio maioritário dos governos dos Estados-membros, a ministra espanhola da Economia, Nadia Calviño, e o governador do banco central finlandês, Olli Rehn, retiraram as suas candidaturas para facilitar um consenso, o mesmo argumento oferecido na quinta-feira pelo ministro das Finanças português, Mário Centeno, para abdicar de colocar o seu nome a votos.
A disputa ficou, assim, reduzida a Kristalina Georgieva e ao antigo presidente do Eurogrupo, com a búlgara a reunir mais apoios entre os Estados-membros.
Desde a sua criação, em 1944, aquela instituição foi sempre dirigida por um europeu, enquanto o Banco Mundial foi sempre liderado por um americano.
Lagarde, a primeira mulher a liderar o FMI, deixa o cargo para substituir Mario Draghi como presidente do Banco Central Europeu (BCE).
(Notícia atualizada às 22h30 - Kristalina Georgieva é oficialmente a candidata europeia à liderança do FMI)
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