Nas suas memórias, obtidas pelo jornal britânico The Guardian antes da sua publicação, a republicana conta que atirou contra Cricket, de pouco mais de um ano, e matou-a porque era "indomável".
"Eu odiava essa cadela", reconhece. Segundo Noem, o animal arruinou uma caçada de faisão porque estava muito excitada e depois matou algumas galinhas. Dar um tiro na cadela era a única solução, acrescentou.
"Não foi agradável, mas precisava de fazê-lo. E quando terminei, dei-me conta de que havia outro trabalho desagradável a fazer", acrescenta.
Faltava matar uma cabra, explica sem pestanejar. Era "desagradável" e cheirava mal ("rançosa" e "nojenta"), que teve assim o mesmo destino.
Em plena campanha para as eleições presidenciais de novembro, a notícia provocou uma avalanche de reações nas redes sociais e na televisão.
A equipa do presidente, o democrata Joe Biden, aproveitou para publicar uma foto da governadora com Trump. "Kristi Noem gaba-se de ter atirado no seu cão", publicou a equipa de campanha na rede social X.
O Lincoln Project, uma coligação de republicanos contrários a Trump, lembrou que o bilionário foi "o primeiro presidente" em muitas décadas "a não ter um cão de estimação na Casa Branca", o que é quase um sacrilégio nos Estados Unidos.
Os governadores democratas do Minnesota e Michigan, Tim Walz e Gretchen Whitmer, tentaram criar um "trending topic" na rede X e viralizar o assunto. "Publique uma fotografia com o seu cão que não envolva baleá-lo e atirá-lo para uma cova", escreveram na publicação que também continha fotografias deles com animais.
No programa de televisão The View, as apresentadoras não mediram palavras. "A única mulher que conheço que mata cães é Cruella, e é uma vilã de um filme da Disney", disse uma delas. "Às vezes, os cães são como os teus filhos. São os teus bebés felpudos", opinou outra.
Noem afirma no livro que matou Cricket para mostrar que está preparada, tanto na política quanto na vida, para fazer o que é necessário, mesmo que seja "feio" e "difícil".
No domingo, escreveu no X que "as pessoas procuram líderes autênticos, dispostos a aprender com o passado e que não recuam perante desafios difíceis". "Como expliquei no livro, não foi fácil. Mas, frequentemente, o que é fácil não é o que deve ser feito", acrescentou.
Hillary Clinton, candidata democrata derrotada por Trump em 2016, publicou um comentário nessa mesma rede social a uma publicação que já tinha feito em 2021: "Não vote em alguém a quem você não confiaria o seu cão". "Continua atual", frisou.
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