“Temos de ser sempre preventivos. Fizemos um plano de ação e tomamos medidas para tentar controlar o que é humanamente possível. É evidente que temos de ter cautelas quando há grandes movimentos sociais, porque podem aumentar a transmissão do vírus. É preciso responsabilidade e seguir as regras claras da DGS [Direção-Geral da Saúde”, disse António Lacerda Sales.

Apesar de a PSP ter dito, esta manhã, na apresentação da operação de segurança montada para o evento, que ainda aguarda indicações das entidades competentes sobre encaminhamento dos adeptos ingleses para áreas específicas da cidade, o governante vincou que “as autoridades de saúde já emitiram um parecer” sobre essas matérias.

“Foi emitido um parecer para um plano de contingência do circuito desde que os adeptos saem dos aviões, vão para as zonas de fãs e depois para o estádio. Tudo está a ser feito em articulação com as forças de segurança, Câmara do Porto e outras entidades. Acreditamos na capacidade dos nossos parceiros”, disse António Lacerda Sales.

O secretário de Estado da Saúde reconheceu, ainda assim, que há sempre um “risco” associado neste tipo de eventos, com milhares de pessoas, retirando a necessidade de “atenção e consciência”.

“Acredito no que foi organizado. Houve uma excelente colaboração com a Federação Portuguesa de Futebol, que nos pediu esta avaliação, e acredito na capacidade todas as forças de segurança envolvidas. Vai correr bem”, afirmou o governante.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou hoje que critérios como a vacinação, as variantes e a pressão sobre os hospitais podem ser considerados na avaliação de um novo modelo da matriz de risco de transmissibilidade da covid-19

"Temos um grupo de trabalho que vem acompanhando esta matéria, quer nas medidas que possam ajustar a matriz de risco, quer em outros indicadores complementares, também importantes, como a vacinação, o tipo de variantes ou pressão sobre os serviços hospitalares, que podem vir a ser considerados quando se fizeram novas avaliações", disse António Lacerda Sales.

O governante, que hoje participou numa visita ao Centro Hospitalar Universitário do Porto, foi também questionado sobre os utentes que não têm respondido às mensagens de agendamento da vacinação e das faltas de comparência nos dias de inoculação, considerando que são "situações pontuais".

"Tem havido um grande trabalho, nomeadamente no autoagendamento. Tentamos montar uma ‘rede' que possa apanhar toda a gente, mas há situações pontuais em que as coisas não correm tão bem. Temos de recuperar essas pessoas que ficaram para trás", vincou o governante.

António Lacerda Sales disse que as dificuldades de comunicação nos agendamentos acontecem, sobretudo, em pessoas de maior idade, que não dominam tão bem as tecnologias, mas disse que estão a ser utilizados outros métodos de convocação para a vacinação.

"Temos usado o telefone, cartas, e até temos técnicos das juntas de freguesia e das câmaras municipais e irem à casa das pessoas. Não queremos que ninguém fique sem a vacina", afirmou o secretario de Estado.

O governante foi ainda confrontado com recentes declarações em que divulgou uma aceleração da vacinação na zona de Lisboa e Vale do Tejo, devido ao aumento de casos nessas áreas, o que causou indignação do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

"Já a 20 de maio tinha havido uma comunicação da ‘task-force' onde se disse que iríamos acelerar a vacinação nas zonas que estivesse com menor percentagem [de inoculação] que era Lisboa e Vale do Tejo e Algarve. Nessa minha conferência de imprensa, onde o enfoque estava sobre os casos em Lisboa, o que fiz foi reiterar o que teria sido dito anteriormente", explicou António Lacerda Sales.

O Secretário de Estado disse que "não houve nenhum erro" na comunicação e considerou que o assunto já teve "um ponto final".

"Tenho um enorme respeito por todos os autarcas e pelo trabalho da comunicação social. O plano de vacinação é nacional, solidário e está a decorrer muito bem", reiterou António Lacerda Sales.