O seu anúncio, hoje, agrava a divisão no interior da liderança israelita, mais de sete meses após o início de uma guerra em que ainda não foram atingidos os objetivos declarados de desmantelamento do movimento islamita palestiniano Hamas e da libertação de mais de uma centena de reféns sequestrados no seu ataque de 07 de outubro a território israelita.
Gantz apresentou um plano de seis pontos que inclui o regresso a casa dos reféns, pôr fim ao domínio do Hamas na Faixa de Gaza, a desmilitarização daquele território palestiniano e a criação de uma administração internacional de assuntos civis. O plano defende também que sejam feitos esforços para normalizar as relações de Israel com a Arábia Saudita.
Se a sua proposta não for adotada até 08 de junho, diz que abandonará o executivo israelita.
Um político centrista e adversário político de longa data de Netanyahu, Benny Gantz juntou-se à sua coligação governamental e ao gabinete de guerra nos primeiros dias da ofensiva israelita à Faixa de Gaza.
A sua saída deixaria Netanyahu ainda mais dependente dos aliados de extrema-direita, que têm adotado uma linha dura nas negociações sobre o cessar-fogo e a libertação dos reféns e acreditam que Israel deve ocupar Gaza e reconstruir lá colonatos judaicos.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o movimento islamita palestiniano Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando mais de 1.170 pessoas, na maioria civis.
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — fez também 252 reféns, 124 dos quais permanecem em cativeiro e 37 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 225.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 35.386 mortos, mais de 79.000 feridos e cerca de 10.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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