Em declarações ao SAPO24, o nutricionista Pedro Carvalho esclarece que a ideia de que comer laranja, uvas ou chocolate à noite ou antes de dormir faz mal é um “mito, no sentido em que não há nenhum alimento que seja pior se for ingerido à noite do que noutra altura do dia”.
“Para quem tem úlceras, refluxos, intolerâncias ou uma digestão mais difícil, eventualmente, alguns alimentos, por exemplo, mais ácidos, devem ser evitados à noite para que a pessoa não tenha dificuldades durante o sono”, continua.
Contudo, Pedro Carvalho alerta para outros alimentos que são, frequentemente, incluídos no jantar ou consumidos após a refeição de fim de dia e dos quais as pessoas não falam: “É válido para o café, para o chocolate, para as bebidas alcoólicas e até para outras frutas”, refere.
Quanto aos efeitos provocados pela ingestão destes alimentos antes de dormir, o nutricionista explica que a questão está na quantidade de hidratos de carbono presentes neles: “Durante a noite temos uma resistência maior à insulina [uma vez que estamos parados]. É lógico que acumular uma grande quantidade de hidratos de carbono à noite não é a atitude mais inteligente”.
Pedro Carvalho destaca que “claro que se for à noite é pior do que se for de manhã”, mas afirma que “numa alimentação saudável, tirando algumas refeições sociais, o ideal é nunca acumular uma grande quantidade de hidratos, independentemente de ser açúcar ou não e, por isso, poderíamos estar a falar de muito pão, muito arroz, massa ou batata” consumidos a qualquer hora do dia.
"Estes mitos quase que nos remetem para um efeito tóxico”, mas “basta um bocadinho de bom senso para perceber se fazem sentido ou não", reflete Pedro Carvalho. No entanto, entende que “hoje em dia, com redes sociais, muitas pessoas a falarem sobre nutrição e alimentação ou mais opiniões altamente contraditórias, o processo possa ser mais difícil”.
"Apesar de nem sempre haver respostas lineares para estas questões ou haver interpretações mais dúbias, as pessoas devem procurar informação em fontes credíveis e, assim, grande parte destes mitos acabam por ser dissipados”, conclui o nutricionista.
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