O programa arrancou em janeiro, tendo sido determinado no ano passado pelo ministro da Saúde, na sequência do surto ocorrido em novembro de 2017 no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, que provocou 59 infetados e cinco mortos.
No final de uma reunião de trabalho com responsáveis da Direção-Geral da Saúde e Administrações Regionais de Saúde (ARS), no âmbito do PIOPAL, promovida pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), o presidente deste instituto disse à agência Lusa que até ao final do ano terão sido alvo de intervenção todos os hospitais públicos, alguns privados e alguns centros de saúde.
Até ao momento, já chegaram aos laboratórios que irão analisar a água, amostras colhidas em hospitais que as ARS consideraram prioritários, tendo sido abrangidas unidades de saúde localizadas nas cinco regiões.
Para Fernando de Almeida, “este programa vem trazer uma certa especificidade em relação à ‘legionella’ e está muito vocacionado para unidades de prestadores de cuidados de saúde, porque a situação assim o aconselha”.
“É um programa de vigilância laboratorial. Durante a duração do programa vamos fazer um conjunto de avaliações analíticas nas águas das unidades e averiguar como estão”, adiantou, acrescentando que o objetivo é ajudar as administrações a conhecerem o estado das águas, mas também a corrigir o que for necessário.
“Prevenir eventuais novos casos de surtos de ‘legionella’ em ambiente de prestação de cuidados de saúde” é o grande objetivo do programa que durante este ano vai incidir nos hospitais públicos e em alguns privados, bem como centros de saúde, disse.
Em 2019 continuarão os trabalhos do programa, nomeadamente junto dos restantes privados e centros de saúde.
O INSA é responsável por assegurar a realização de vigilância laboratorial da qualidade da água, para pesquisa e identificação da ‘legionella’, em todas as unidades de prestação de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No sábado, a Direção-Geral da Saúde (DGS) declarou o fim do surto de ‘legionella’ no hospital CUF Descobertas, em Lisboa, que infetou 15 pessoas, duas das quais ainda internadas em cuidados intensivos.
Este foi o segundo surto de ‘legionella’ conhecido em hospitais portugueses em dois meses, seguindo-se ao surto ocorrido em novembro de 2017 no hospital público São Francisco Xavier, em Lisboa, que provocou 59 infetados e cinco mortos.
No seguimento deste surto, o ministro da Saúde determinou um plano de vigilância à presença de ‘legionella’ nas várias unidades de saúde, o Programa de Intervenção Operacional de Prevenção Ambiental da Legionella (PIOPAL), criado em novembro do ano passado através do Despacho n.º 10285/2017.
A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.
A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.
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