As autoridades de saúde já concluíram que a fonte do surto da bactéria 'Legionella pneumophila' no São Francisco Xavier foi pelo menos uma das torres de arrefecimento da unidade hospitalar.
“Estas torres de arrefecimento têm uma manutenção, uma vigilância e um controlo feitas por uma empresa e o hospital tinha com essa empresa um contrato válido e confiou que o trabalho teria correspondido a um processo de controlo e vigilância que não conduzisse a um problema destes”, afirmou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, à agência Lusa.
“Alguma coisa aconteceu neste processo que levou a uma proliferação anormalmente elevada da bactéria [legionella]”, acrescentou, indicando que houve “algum tipo de falha em procedimentos ou falha técnica”.
Graça Freitas ressalvou, no entanto, que “ao nível de quem é responsável pelas torres de arrefecimento terão outras linhas de investigação que perceber o que se passou”, fora do âmbito da atuação da DGS ou da saúde pública.
“Aconteceu aqui uma falha na vigilância, monitorização e controlo e havendo uma empresa responsável terá de ser investigada noutra sede que não a da saúde pública”, insistiu.
A diretora-geral recorda que a bactéria é muito resistente e “traiçoeira”, tendo de ser “bem vigiada e controlada”.
“Há aqui uma avaliação de risco que quem toma conta desses sistemas tem de fazer. Os gestores dos sistemas, das torres e das canalizações, neste caso uma empresa que tinha contrato válido, tem responsabilidade de fazer avaliação do risco”, declarou Graça Freitas.
O surto de 'legionella' no hospital São Francisco Xavier infetou 54 pessoas, sendo que cinco dos doentes acabaram por morrer.
A ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.
A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.
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