O caso mais grave foi o surto registado em novembro de 2014 no concelho de Vila Franca de Xira, responsável por 12 mortos e 375 doentes, dos quais quase metade teve de ser assistidos em cuidados intensivos.
A doença teve origem numa torre de arrefecimento da empresa Adubos de Portugal.
Três anos depois, o processo ainda corre na justiça. A empresa Adubos de Portugal e a multinacional General Electric foram constituídas arguidas, pelos crimes de infração de regras de construção, assim como sete pessoas, acusadas dos crimes de infração de regras de construção (conservação) e ofensas à integridade física por negligência.
Francisco George, que deixou o cargo de diretor-geral de Saúde em outubro, admitiu recentemente numa entrevista que, ao longo dos 12 anos enquanto autoridade de saúde, foi este o caso que lhe tirou o sono.
Mas, apesar do susto, houve consequências positivas: foi possível investigar com rapidez o que estava a causar o surto e mostrou-se que “Portugal tem um Serviço Nacional de Saúde fantástico”, considerou.
No verão de 2015, foram notificados 16 casos de pessoas com 'legionella' no Grande Porto, dois dos quais foram adquiridos durante viagens ao estrangeiro. Destes, cinco foram internados em hospitais do Porto.
Já este ano, as autoridades confirmaram cinco doentes, “todos trabalhadores” da empresa Sakthi Portugal, na Maia.
O hospital da Horta, na ilha do Faial (Açores), teve de ser encerrado duas vezes em sete meses, devido à deteção da bactéria na canalização, mas sem registo de infeções.
Em novembro do ano passado, um hotel em Faro foi encerrado depois de terem sido detetados quatro casos.
No mês anterior, três pessoas foram infetadas no Centro Hospitalar de Gaia/Espinho.
Em Chaves, uma unidade hoteleira foi fechada em junho do ano passado, na sequência da deteção de um caso, e em outubro novamente, depois da notificação de um outro caso, o que levou a administração a decidir antecipar obras, estimadas em cinco milhões de euros.
Nos últimos três anos, a bactéria foi detetada, mas sem causar infeções, em hospitais (Régua, Bragança) e no centro de saúde de Vila Real de Santo António), em piscinas municipais (Arouca, Castro Marim), num hotel no Porto, num parque de campismo em Peniche ou numa fábrica em Sines.
A Direcção-Geral de Saúde (DGS) confirmou hoje a existência de 18 casos de doença dos legionários detetados no Hospital de São Francisco Xavier em Lisboa, desde o dia 31 de outubro.
A doença tem sintomas como tosse, calafrios, dificuldades respiratórias, dores musculares, febre alta ou sintomas gastrointestinais como diarreia e vómitos, sendo transmitida pela inalação de aerossóis contaminados com a bactéria e não através da ingestão de água.
“A infeção, apesar de poder ser grave, tem tratamento efetivo”, segundo a DGS.
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