“É uma grande vitória, é inédito, é uma rutura, é a verdadeira União Popular. Temos tudo para mudar a França. Já temos um pé lá dentro, agora só vamos precisar concretizar”, disse Anna, apoiante da França Insubmissa, que veio ver a noite eleitoral entre os eleitores de esquerda.
Na sala Elysée, no 18.º bairro, uma alusão interessante ao Palácio presidencial onde Jean-Luc Mélenchon esperava estar após as eleições presidenciais de abril, centenas de militantes gritaram de alegria com as primeiras sondagens que mostraram o fim da maioria para Emmanuel Macron e entre 140 a 200 deputados para a coligação de esquerda Nova União Popular Ecologista e Social (Nupes).
Para Anna, é certo que a Nupes “será Governo”, embora não tenha mais deputados do que a força do Presidente, mas esta aproximação do poder é essencial para quem veio até ao 18º bairro.
“Tudo o que se passou nestes últimos anos vai mudar. Vemos que há mais pobres em França, mais desigualdades e que o Presidente não defende a população, mas sim os mais ricos”, declarou Amélie, indicando que com um possível Governo de esquerda a idade da reforma vai baixar para os 60 anos.
“Eu não quero trabalhar até aos 70 anos, o sistema convenceu-me a começar a trabalhar mais tarde, porque fiz mais estudos. Se puder trabalhar só até aos 60, vou ter maior qualidade de vida”, defendeu Amélie.
Enquanto isso, a cada queda de ministro ou figura da antiga maioria, a sala principal enchia-se de gritos e cantos de felicidade, embora muita gente se mantenha apreensiva, como se não esperasse esta vitória.
A dúvida é agora saber se haverá uma maioria para a Nupes e caso isso não aconteça, como se vão portar os diferentes grupos: França Insubmissa, ecologistas, socialistas e comunistas.
“Acho que se não tivermos mais deputados, ou seja, se não formos Governo, eles não podem separar-se assim, mesmo que tenham ideias diferentes. Ao conseguirem destronar Emmanuel Macron, eles têm de trabalhar juntos. Já não existe essa coisa de estar sozinho à esquerda”, concluiu Annika.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu a maioria dos lugares no Parlamento mas perdeu a maioria absoluta, indicam as primeiras projeções que também indicam uma forte subida da extrema-direita.
A aliança de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), liderada por Jean-Luc Mélenchon, situa-se entre 150 e 200 deputados, tornando-se no primeiro grupo da oposição no Parlamento, segundo as projeções.
O partido de extrema-direita Rassemblement National (União nacional, RN), de Marine Le Pen, garante entre 60 e 100 deputados segundo as mesmas fontes, o que representa um considerável reforço do seu grupo parlamentar.
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