A tradicional ‘arruada’ do PSD na Avenida da Igreja, em Lisboa, foi hoje muito participada, mas também muito confusa, e sem que fosse possível manter qualquer distanciamento social entre apoiantes ou comunicação social, que tentava ouvir (sem sucesso) os contactos de Rui Rio com as pessoas na rua ou com alguns comerciantes.
Apesar de a esmagadora maioria dos participantes na arruada ‘laranja’ estarem de máscara, a entrada de muitos elementos da caravana e jornalistas provocou mesmo protestos de um casal idoso num dos cafés em que Rio entrou.
Questionado se esperava tanta gente na rua, ainda num tempo de pandemia, Rio admitiu estar surpreendido com tantas pessoas no arranque da campanha social-democrata, no domingo em Barcelos e, hoje, em Lisboa.
“Já fiz muitas campanhas, como tenho dito sou quase um profissional de eleições, sei que no fim aprecem sempre mais pessoas. O facto de aparecerem no início é significativo”, considerou.
Sobre a presença de Carlos Moedas, Rio disse que estava prevista, e, em tom bem-disposto, considerou-a normal.
“Claro que foi fácil convencê-lo. Estava à espera que fosse apoiar António Costa?”, gracejou.
E à pergunta se esta mobilização afasta a ideia de que “não se sente bem em Lisboa”, o presidente do PSD recusou este argumento.
“Alguém que se candidata a primeiro-ministro sente-se bem desde a ilha do Corvo, passando por Vila Real de Santo António a Valença, eu sou candidato a primeiro-ministro, presidente da Câmara do Porto já fui”, afirmou.
Já Carlos Moedas - que fez questão de salientar estar na iniciativa como militante do PSD e não como presidente da Câmara - considerou que a mobilização do PSD na rua mostra “uma dinâmica de mudança e que as pessoas estão cansadas do sistema”.
“Sinto na rua o que já sentia como candidato à Câmara Municipal de Lisboa: que as pessoas querem essa mudança, e sobretudo o projeto para o país que o PSD tem. É por isso que estou aqui a apoiar Rui Rio e o PSD, temos de mudar”, justificou.
Questionado se voltará a aparecer na campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro, Moedas respondeu afirmativamente, quer ao lado do cabeça de lista pela capital Ricardo Baptista Leite, quer do presidente do PSD.
“Vou ver se, pelo menos no dia final, a minha agenda permite sair de presidente de Câmara umas horas para ser militante do PSD, que tem sempre o meu apoio”, adiantou.
“Vivemos aqui um momento de união, que vimos, na rua, vimos a união das pessoas em relação ao nosso projeto para o país, o projeto social-democrata”, acrescentou.
O nome de Moedas - que apareceu a meio da iniciativa - já tinha sido invocado no início, quando o dono de uma conhecida cervejaria da zona tentava convencer Rui Rio a comer um croquete, sem sucesso.
“O Moedas veio aqui comer um croquete e uma imperial e ganhou a câmara”, avisou, recebendo do presidente do PSD a promessa de que assim fará, mas só em caso de vitória em 30 de janeiro.
Além de Carlos Moedas e do cabeça de Lista Ricardo Baptista Leite, marcaram também presença na arruada a candidata do PSD à Câmara da Amadora, Suzana Garcia, vários dirigentes do partido, como Joaquim Sarmento ou Isabel Meirelles, o histórico militante Pedro Roseta e a filha, Filipa Roseta, ou o antigo chefe da Casa Civil de Cavaco Silva, Nunes Liberato, além de vários deputados e figuras do PSD/Lisboa.
Meia hora antes do início marcado para a arruada - que demorou quase uma hora a percorrer uma rua - já o camião da caravana do PSD dava voltas por Alvalade, e vários membros da JSD empunhavam megafones, de onde saía a música do hino de campanha para as legislativas.
Entre a muita comunicação social presente, até uma dupla de uma rádio suíça tentou chegar à fala com Rui Rio, que remeteu as declarações para mais tarde.
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