O primeiro dos três dias de votação, que começou a 20 de outubro e cujo anúncio dos resultados foi adiado para 23 de novembro, foi o mais sangrento, observou a Missão da ONU no Afeganistão (MANUA) num relatório.

Nenhum escrutínio matou mais pessoas desde que a ONU começou a contabilizar vítimas civis no Afeganistão em 2009.

Durante a eleição presidencial de 2014, que foi marcada por fraudes, cerca de 251 pessoas foram mortas ou feridas.

Nos seis meses que antecederam as eleições, quase 500 afegãos foram mortos ou feridos – mulheres e crianças representam mais de um terço das vítimas – e 245 foram sequestrados, segundo a missão da ONU.

“Os atos de violência deliberados contra civis e lugares civis – como as assembleias de voto – bem como atos indiscriminados são formalmente proibidos pelo direito humanitário internacional e constituem crimes de guerra”, referiu o documento da MANUA.

Poucos dias antes das eleições, os talibãs pediram aos eleitores que ficassem em casa e aos candidatos que se retirassem da corrida eleitoral, ameaçando atacar as assembleias de voto.

Os talibãs usaram principalmente granadas e outros tipos de munição para impedir os afegãos de votarem, de acordo com a missão da ONU.

O ataque mais mortífero, um atentado suicida que deixou 13 mortos e 40 feridos em Cabul, foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), acrescentou a missão da ONU.

Segundo as estatísticas oficiais, cerca de 4,2 milhões de pessoas votaram durante estas eleições, entre os quase nove milhões de eleitores recenseados.

A votação registou muitos fracassos.

Alguns centros de voto não puderam abrir por falta de assistentes, houve ainda ausência de listas eleitorais ou mau funcionamento dos terminais de reconhecimento biométrico instalados à última hora e utilizados pela primeira vez.

Na província de Kandahar (sul), a votação foi adiada uma semana após o assassínio de um chefe da polícia.

As eleições legislativas, realizadas com três anos de atraso, foram vistas como um teste importante antes das eleições presidenciais de 2020.

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