Segundo os documentos disponibilizados no ‘site’ da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, PS, PSD e Chega tiveram mais despesas do que receitas, BE, CDU, PAN e Livre conseguiram equilibrar as contas, e CDS e Iniciativa Liberal gastaram menos na campanha do que arrecadaram em receitas.

Globalmente, nos orçamentos entregues à mesma entidade, estes partidos tinham previsto gastar um total de 7,6 milhões de euros, mas acabaram por gastar 8,1 milhões.

O PS, partido mais votado nas eleições de 06 de outubro, teve um prejuízo de mais de 366 mil euros, uma vez que as receitas de 2,5 milhões de euros não chegaram para cobrir as despesas de 2,9 milhões de euros.

Face ao que tinha orçamentado, o partido gastou mais 544 mil euros, mas também arrecadou mais 21 mil euros do que previa em subvenção estatal.

A fatia maior destas despesas (1,4 milhões de euros) foi para comício, espetáculos e caravanas, quando esperavam gastar 580 mil euros.

Também o PSD apresenta prejuízo nas contas da última campanha, mas no caso dos sociais-democratas a diferença entre as receitas e as despesas foi de 2500 euros. O partido gastou um total 1,8 milhões de euros na campanha, menos 188 mil euros do que tinha previsto, e recebeu menos 196 mil euros do que contava em subvenção estatal.

Os sociais-democratas investiram mais dinheiro em custos administrativos e operacionais (468 mil euros), mas as despesas com propaganda e comunicação impressa e digital ficaram logo atrás (421 mil euros).

No caso do BE, o partido recebeu e gastou exatamente o mesmo valor – 1,3 milhões de euros. As maiores fatias da despesa destinaram-se aos comício, espetáculos e caravanas (471 mil euros), e aos custos administrativos e operacionais (467 mil euros).

O partido tinha previsto investir 983 mil euros nesta campanha, mas acabou por gastar mais 316 mil. Já no que toca à subvenção, os bloquistas receberam menos 153 mil euros do que tinham previsto.

Também a única coligação a votos, a CDU (que junta PCP e PEV), indica que conseguiu gastar em despesas o mesmo que arrecadou em receitas, pouco mais de um milhão de euros.

PCP e PEV também gastaram menos 186 mil euros do que tinham orçamentado e encaixaram menos 342 mil euros do que tinham previsto.

A coligação gastou metade do valor total da despesa (522 mil euros) em custos administrativos e operacionais, seguindo-se o investimento em propaganda e comunicação (269 mil euros).

Já as contas da campanha do CDS-PP mostram que o partido gastou menos do que recebeu. A receitas foram de 964 mil euros e as despesas ficaram nos 783 mil, o que levou o partido a registar um saldo positivo de 180 mil euros.

Ainda assim, o partido gastou mais 83 mil euros do que o previsto e recebeu menos 286 mil euros do que contava em subvenção estatal.

O PAN foi outra das forças políticas que conseguiu equilibrar as despesas e as receitas, nos 134 mil euros.

O partido diz que gastou menos 4 mil euros do que previu no orçamento de campanha apresentado à mesma entidade, exatamente o mesmo valor recebeu a menos em subvenção estatal.

A maior fatia dos custos do PAN foi para custos administrativos e operacionais, cerca de 72 mil euros.

Entre os partidos que se estrearam na Assembleia da República nesta legislatura, com a eleição de um deputado único, a única receita que o Chega contabiliza são 3.320 euros em donativos em espécie.

O partido gastou 25 mil euros na campanha, muito longe dos 150 mil previstos e, ao contrário dos restantes, a maior fatia (quase 18 mil euros) destinou-se a estruturas, cartazes e telas.

A Iniciativa Liberal conseguiu manter as despesas abaixo das receitas (na ordem dos 66 mil euros), mas gastou mais 16 mil euros do que tinha previsto no orçamento de campanha.

O Livre – que elegeu a deputada Joacine Katar Moreira, mas perdeu a representação quando ela passou a deputada não inscrita – gastou pouco mais de 16 mil euros na campanha, exatamente o mesmo que arrecadou em receitas.

A maior fatia da despesa destes dois partidos destinou-se a propaganda e comunicação.

Segundo a informação disponibilizada pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, o PPM, o PNR (agora Ergue-te), o Nós, Cidadãos! e a Aliança não entregaram o balanço da última campanha, apesar de terem entregado os respetivos orçamentos no ano passado.