“Sabendo da sua sensibilidade para o pungente caso dos lesados do Banif, vimos reforçar o nosso pedido clemente para que, além das intenções, o Governo passe à prática, no sentido de solucionar este caso. Solucioná-lo a tempo útil para a vida dos lesados e famílias”, lê-se na carta da Alboa entregue hoje na residência oficial de António Costa, a que a Lusa teve acesso.
Conforme indica a associação, o universo de lesados da instituição financeira destaca-se “por um elevado índice etário, baixa escolaridade, nível de rendimentos, em alguns casos, próximo do precário e generalizada iliteracia financeira”.
“Numa altura em que o BANIF já estava intervencionado pelo Estado, aconteceu uma ofensiva dos serviços comerciais e de marketing do banco, com o intuito de capitalizar o mesmo através da angariação de obrigações subordinadas. Alegando que ‘depósitos a prazo e obrigações subordinadas eram praticamente a mesma coisa, só que com mais rendimento’, e que ‘o investimento era seguríssimo, era como CGD, pois o banco era do Estado’, os comerciais deslocaram-se muitas vezes às próprias casas das pessoas”, referiu.
Para a Alboa, em causa está o facto de, aquando da venda do Banif ao Santander, as obrigações subordinadas não terem transitado, “contra a própria vontade da então administração do banco espanhol”.
De acordo com o documento, a associação tem vindo a reunir com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), grupos parlamentares e com a Comissão Parlamentar do Orçamento, Finanças e da Administração Pública.
Elementos da associação manifestam-se hoje em Lisboa e no Funchal, na sequência de terem passado dois anos sobre a resolução do Banco de Portugal em vender o Banif.
No total, os lesados do Banif rondam as 3.500 pessoas, das quais cerca de 1.5000 são associadas da Alboa.
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