“O principal objetivo desta manifestação de âmbito nacional consiste em continuarmos a manifestar publicamente […] a nossa total indignação pela tremenda injustiça que contra nós foi cometida e que está a afetar severamente a vida de todos os lesados do Banif, como consequência da resolução precipitada do banco, em dezembro de 2015”, revelou à Lusa um representante da Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) Jaime Alves.
Por outro lado, esta luta visa a salvaguarda “de todos os direitos dos clientes lesados”, por considerarem que “o Banif nunca faliu, estando inclusivamente a dar lucro no preciso momento em que foi oferecido de bandeja ao Santander Totta, numa operação injusta e totalmente inadmissível”, disse.
Este protesto pretende ainda denunciar uma proposta apresentada pelo Santander a vários lesados do Banif, e que estes “repudiam”, que passa pela aquisição de Obrigações Subordinadas com um prazo de vigência de dez anos, a uma taxa anual bruta de 7%, com juros não capitalizáveis, referiu Jaime Alves.
Trata-se da primeira manifestação a nível nacional, uma vez que as anteriores ocorreram nas ilhas dos Açores e da Madeira.
A concentração está prevista para as 11:30 do dia 16 de setembro, na Praça do Comércio, em Lisboa, ponto a partir do qual os associados se vão deslocar para a sede do Santander Totta, seguindo depois para o Banco de Portugal (BdP).
A ALBOA foi criada há seis meses na sequência de manifestações espontâneas dos lesados do Banif, levadas a cabo sobretudo nas regiões autónomas da Madeira e Açores, onde o banco detinha uma quota de mercado significativa, antes de ser vendido ao Santander Totta por 150 milhões de euros.
A associação representa 3.500 obrigacionistas subordinados que perderam 263 milhões de euros no processo de venda do banco, bem como 4.000 obrigacionistas Rentipar ('holding' através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.
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