“Confirmo que o líder do Chega/Açores pediu a sua demissão e que concordou comigo na necessidade de uma clarificação eleitoral. Enquanto presidente eleito do partido, reunirei imediatamente a Direção Nacional, na chegada a Lisboa, para que, imediatamente, se desencadeie o processo eleitoral na Região Autónoma dos Açores”, confirmou à Lusa o líder nacional, André Ventura, que está este fim-de-semana no arquipélago, inicialmente só para organizar a corrida autárquica de setembro/outubro.
Fonte regional do partido da extrema-direita parlamentar adiantou à Agência Lusa que Carlos Furtado pretende recandidatar-se à liderança e que o outro deputado regional do Chega, José Pacheco, também vai avançar igualmente para a disputa, previsivelmente a dois.
Face ao desacordo entre os dois dirigentes regionais Chega, Ventura reuniu-se duas vezes com ambas as partes, mas, segundo a mesma fonte regional, as divergências mantiveram-se, especialmente após a polémica pública sobre o Rendimento Social de Inserção (RSI).
Segundo fontes do Chega na região, os dois deputados preconizam projetos diferentes para o Chega na região, admitindo-se que, se o atual líder regional perder na eleição interna, o apoio ao Governo regional "não seja tão incisivo".
A crise regional no partido populista ficou visível com uma mensagem publicada numa página de uma rede social oficial por parte de José Pacheco contra o aumento de beneficiários de RSI verificado naquelas ilhas.
A publicação foi depois apagada pelo líder regional, Carlos Furtado, que escreveu que a direção regional do Chega e o próprio têm “a melhor atenção” aos problemas de “excesso RSI” e o “objetivo de se arranjar soluções eficazes, sendo que neste momento as responsabilidades”, que lhes “são imputáveis, não permitem a crítica fácil e populista”.
A diminuição dos beneficiários de RSI nos Açores foi uma das ideias-chave defendidas pelo Chega na campanha eleitoral até ao sufrágio de 25 de outubro de 2020 e uma das principais nas negociações com o PSD/Açores, com vista à viabilização do novo Governo Regional, após 24 anos de poder do PS.
O social-democrata José Manuel Bolieiro chefia há pouco mais de 100 dias o executivo açoriano, em coligação com CDS-PP e PPM, tendo ainda o apoio no parlamento de Chega e Iniciativa Liberal para completar a maioria parlamentar.
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