“O que é absolutamente vital é conseguir o investimento, trazer investimento privado e se o fizermos traremos emprego e se o fizermos de qualidade dará os empregos que precisam e ficará melhor toda a gente”, afirmou o líder social-democrata que falava em Vila Real durante uma conferência dirigida aos jovens e promovida pela associação Youth Academy.
No entanto, considerou que é “difícil pela excessiva centralização e excessiva concentração” que há no país.
“É difícil porque não há coragem política muitas vezes para correr riscos, para dizer eu vou investir ali onde há menos votos. Paciência, e se amanhã não ganhar perco porque tive menos votos mas pelo menos tive a coragem de fazer que se impõe que seja feito, é preciso esse desprendimento para se poder fazer isso. Se isso for feito, naturalmente, que o caminho trará um futuro diferente e é assim que estamos a tratar dos jovens”, salientou.
Rui Rio considerou que às regiões do Interior deve ser dada a “possibilidade de ter muitos outros serviços públicos que, por sua vez, arrastam também a iniciativa privada e, portanto, este é que é o elemento absolutamente fundamental”.
Para os jovens, defendeu, o que “é importante” é a educação e o emprego.
O presidente do PSD participou, em Vila Real, na conferência "Descentralização", uma iniciativa da Youth Academy no âmbito do ciclo de conferências da juventude que aquela associação está a realizar, promovendo debates com os decisores políticos com o objetivo de dar voz aos anseios e propostas dos jovens para o Interior.
Relativamente à descentralização, Rui Rio considerou que o país “devia efetivamente olhar para um processo a sério, para um processo de descentralização que é de transferências de competências no ato da decisão e que levado ao último extremo (…) é aquilo que se designa vulgarmente pela regionalização”.
“Eu estou aberto a que isso seja estudado, não estou é, naturalmente, aberto a dizer que sim a qualquer processo de regionalização”, frisou.
Neste processo, Rio defendeu que “tem de haver um grande controlo sobre as finanças públicas regionais” e “isso tem de servir para reduzir a despesa pública e não para aumentar a despesa pública”.
“É por isso que este processo, com este rigor que eu o posso vir a defender, não é fácil de implementar porque, naturalmente, ninguém gosta de ver o seu orçamento reduzido, mas eu pergunto mas para que é que se vai descentralizar se nada aí mudar. Então não se justifica correr esse risco”, salientou.
O líder do PSD falou ainda do processo de eleição para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRN), cujos presidentes devem ser eleitos até ao final do ano e por um colégio eleitoral alargado, ou seja, por todos os autarcas de câmara e de assembleia municipal das regiões.
“É um primeiro passo que pode levar depois mais à frente a um processo mais desenvolvido ou, se não correr bem, exatamente ao contrário a um retrocesso e volta tudo ao princípio e voltam a ser os governos a nomear”, apontou.
E continuou: “é um passo que eu acho interessante, não na lógica de tudo ficar na mesma mas na lógica de ir caminhando lentamente e ver se realmente somos capazes ou não de avançar num processo de descentralização devidamente equilibrado”.
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