Depois de os chefes de diplomacia da UE já terem celebrado também uma reunião extraordinária por videoconferência, na última sexta-feira, decidindo então desencadear novas sanções contra os responsáveis pela repressão violenta das manifestações a contestar a recondução de Alexander Lukashenko e pela “falsificação” do ato eleitoral, a situação na Bielorrússia será agora discutida ao nível dos líderes dos 27.
Segundo fontes europeias, os recentes desenvolvimentos justificam que a situação seja discutida ao nível dos chefes de Estado e de Governo, que deverão “enviar uma importante mensagem de solidariedade ao povo da Bielorrússia”, razão pela qual o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, decidiu na segunda-feira convocar esta reunião.
Além de sublinhar a ideia de que o povo da Bielorrússia tem o direito de determinar o seu futuro e escolher os seus líderes de forma livre, defendendo a celebração de novas eleições livres e transparentes, o Conselho Europeu deverá também deixar uma advertência contra qualquer interferência externa, numa mensagem destinada a Moscovo.
A videoconferência de líderes da UE tem início às 11:00 de Lisboa, 12:00 de Bruxelas,
Há mais de uma semana que a Bielorrússia é palco de uma onda de protestos contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko, que muitos, incluindo a UE, consideram fraudulenta.
No poder há 26 anos, Alexander Lukashenko obteve, segundo a Comissão Eleitoral Central do país, mais de 80% dos votos no dia 09 de agosto, conquistando o seu sexto mandato.
Desde então, mais de 6.700 pessoas foram presas durante ações de protesto e centenas dos já libertados relataram cenas de tortura sofridas na prisão.
No domingo, realizou-se um dos maiores protestos da oposição na história da Bielorrússia, com várias dezenas de milhares de pessoas em Minsk para exigir a saída do chefe de Estado, mas o Presidente já rejeitou a possibilidade de realizar novas eleições presidenciais.
A candidata da oposição à presidência, Svetlana Tikhanovskaya, que está refugiada na Lituânia, disse na segunda-feira que estava pronta para liderar o país, referindo que não “queria ser política”, mas que “o destino decretou que estaria na linha da frente diante da arbitrariedade e da injustiça”.
Svetlana Tikhanovskaya referiu-se à votação como uma fraude, depois de a Comissão Eleitoral lhe ter atribuído 10% dos votos.
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