“Tenho alguma preocupação porque preferíamos que, sendo uma ferramenta tão importante, estivesse debaixo da dependência do próprio Estado. Era para nós uma prioridade que estivesse”, disse, em declarações à agência Lusa.
A Altice Portugal anunciou na quarta-feira que exerceu o direito de preferência na compra das participações da Esegur e Datacomp no SIRESP.
No total, as "duas empresas detinham 21,55% do capital social da sociedade. Com o exercício do direito de preferência, a Altice Portugal aumenta a sua participação, passando a deter 52,1% do capital social da SIRESP SA, reforçando a sua posição acionista na mesma".
Por seu lado, o Estado vai assumir uma posição acionista de 33% do SIRESP, com direito a nomear dois membros do conselho de administração, incluindo o presidente, e dois dos três membros da comissão executiva, falhando o objetivo anunciado em outubro passado de ter o Estado como acionista maioritária na rede de comunicações de emergência do país.
A 23 de outubro, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou que o Estado ia assumir 54% do capital social do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
Jaime Marta Soares referiu que a Liga dos Bombeiros recebeu com surpresa a notícia de que o Estado ficará agora com 33%, considerando que esta minoria não lhe permite responder às exigências, não visando o lucro, mas sim a competência e a resposta adequada.
O SIRESP, adiantou, é um sistema de interligação entre todas as forças estratégicas do país, da segurança do próprio Estado e os seus desequilíbrios podem por em causa essa segurança.
“Sempre fomos um parceiro muito importante no contexto do SIRESP, somos um dos principais utilizadores, sempre desejamos que esta estrutura fosse uma estrutura em que o Estado assumisse como prioridade”, frisou.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses considera que a divisão da gestão do sistema não é uma boa opção, o Estado devia assim ter assumido a totalidade da administração e da propriedade do SIRESP.
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