Em causa um dos cursos de água que nasce em Ermesinde, concelho de Valongo, e desagua no rio Douro, no Freixo, concelho do Porto, tendo uma extensão de 5.823 metros em Gondomar, e que foi considerado ao longo dos anos das piores massas de água da Área Metropolitana do Porto.

Em comunicado, a Lipor refere que apesar de ter uma "expressão reduzida" no rio Tinto, "considera que o seu envolvimento para a sua proteção deve ser total", dando nota de que em 2018, através do projeto Guarda-Rio, foram efetuadas 227 visitas ao rio, que correspondem a 975 inspeções e 2.925 parâmetros inspecionados.

"De salientar que ao longo do ano se passou de dois para cinco pontos de inspeção fixos. Em termos de resultados, apesar de se notar uma ligeira melhoria na qualidade do rio e da água, ainda foram detetadas 300 ocorrências em 47 dias do ano, sendo que os pontos relacionados com a ribeira da Granja foram os que apresentaram maior número de ocorrências (cerca de 80%)", descreve a nota.

Relativamente aos tipos de ocorrência, a Lipor descreve que 26% das situações estão relacionadas com odor, 36% com a cor e 38% com a presença de resíduos sólidos e espumas.

"Apesar disso, todo o trabalho que tem vindo a ser efetuado tem dado resultados muito positivos e a biodiversidade do rio Tinto continua a aumentar. Este ano já foram observados patos, tritões e salamandras, sinal de que a qualidade do ecossistema está a melhorar", é sublinhado na nota desta entidade que é responsável pelos resíduos urbanos produzidos pelos Municípios de Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde.

O projeto que a Lipor tem associado ao rio Tinto tem como parceiros os municípios de Valongo, Gondomar, Maia, Porto, bem como as Águas de Gondomar, as Águas do Porto, a Universidade Fernando Pessoa e a Agência Portuguesa do Ambiente, I.P./Administração da Região Hidrográfica do Norte, as Águas de Valongo, somando-se as Juntas de Freguesia de Rio Tinto, Ermesinde, Águas Santas, Baguim do Monte e Campanhã.

Ainda de acordo com a Lipor, o projeto de valorização do rio Tinto tem como objetivo a definição de ações conjuntas entre as várias entidades.

Cadastrar e permitir confirmar zonas de contaminação, monitorizar a evolução da qualidade da água, sustentar de um ponto de vista técnico-científico e definir intervenções para a recuperação do rio, assim como reavivar o ecossistema ribeirinho e definir usos futuros sustentáveis são outros objetivos.