Através do programa Abril em Lisboa e do Museu do Aljube, as iniciativas culturais vão realizar-se presencialmente ou ‘online’ e são “de entrada e acesso gratuito”, indicou a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), disponibilizando mais informações em culturanarua.pt.

A Revolução de 25 de Abril de 1974, também conhecida como Revolução dos Cravos ou Revolução de Abril, vai ser assinalada ao som de fados revolucionários e canções de intervenção, com o concerto Nostalgia e Utopia de Manuel João Vieira, que será transmitido em ‘streaming’ nas redes sociais da Câmara Municipal de Lisboa e da EGEAC, no dia 24 de abril, às 21:30, a partir do Capitólio.

“Um espetáculo inédito com vários músicos convidados que nos transporta numa viagem musical emotiva”, avançou a EGEAC.

Para os interessados em literatura, o programa Abril em Lisboa inclui a instalação da comunidade de leitura Ecotemporâneos, no Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, onde vão decorrer duas sessões ao sábado, a partir das 15:30, e com dois convidados especiais, sendo uma em 10 de abril, com o ativista e dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba, e outra no dia 17 de abril, com a atriz Beatriz Batarda.

Durante três fins de semana de abril, o geógrafo Aquilino Machado vai promover um itinerário digital para conhecer “Os cinemas e outros lugares de encontro na Avenida Almirante Reis: uma memória emocional de resistência ao Estado Novo”, com um percurso sobre a vida cultural e boémia de uma das principais vias da cidade, que extravasava o regime ditatorial do país.

Entre 16 e 21 de abril, a partir das 19:00, a EGEAC apresenta em estreia ‘online’ “Amores na Clandestinidade”, uma peça de teatro documental, da autoria de André Amálio e Tereza Havlíčková que explora as relações afetivas e familiares na luta antifascista, desenvolvida especialmente para o Museu do Aljube - Resistência e Liberdade.

Neste museu, o programa Abril em Lisboa evoca também o 25 de abril com a exposição "8998 Pomar", que integra uma seleção de desenhos, gravuras e pinturas do pintor Júlio Pomar, em parceria com o Atelier-Museu Júlio Pomar.

Entre a animação cultural prevista decorrer no Museu do Aljube estão ainda uma conversa com Margarida Tengarrinha em torno do seu livro "Memórias de uma Falsificadora" e uma peça de teatro baseada na mesma obra, um ‘peddy paper’ "Pelos Caminhos da Liberdade", uma visita orientada à exposição permanente do museu e um concerto intimista com o músico Rogério Charraz e o compositor João Monge a partir do álbum “Cantigas do Maio” de Zeca Afonso.

Neste âmbito, a EGEAC desafia os lisboetas a colarem à janela o cartaz “CORAGEM HOJE, ABRAÇOS AMANHÔ, disponível no ‘site’ do museu, “transformando assim esta frase numa mensagem global de esperança num futuro melhor”.

Do programa Abril em Lisboa destacam-se ainda a peça “Elas também estiveram lá”, uma criação do Teatro do Vestido encenada por Joana Craveiro que retrata acontecimentos, memórias e histórias de vida de um conjunto de mulheres presentes, mas ignoradas no período pré e pós-revolucionário, e o Festival Política, que se debruça sobre a temática das fronteiras, voltando a ocupar o Cinema São Jorge, em segurança, com propostas estimulantes para uma reflexão crítica e artística sobre questões sociais transversais numa programação presencial e ‘online’.