A concentração de hoje, que se realiza também no Porto, quis chamar a atenção para “a crise habitacional” que se vive nas grandes cidades, disse à Lusa Rita Silva, da Associação Habita, um dos 49 grupos que convocaram o protesto.
O aumento dos preços das casas que estão no mercado para comprar e arrendar levam a que haja cada vez “mais pessoas que não conseguem encontrar um sítio para viver”, sublinhou.
Os manifestantes alertaram para os casos “dos jovens que não conseguem sair de casa dos seus pais”, assim como aqueles que não conseguem arranjar um quarto a preços acessíveis para viver na cidade onde estudam, exemplificou Rita Silva, da Associação Habita, um dos 49 grupos que convocaram a manifestação.
Criada em 2012, a Associação Habita tem trabalhado com famílias que estão a ser despejadas das suas casas, mas também com quem não consegue encontrar a sua primeira habitação, disse à Lusa Rita Silva, explicando que este é um problema que se tem agravado nos últimos tempos.
“Registaram-se aumentos de 50, 60, 70% no mercado do arrendamento e de compra”, lamentou.
“A habitação não pode ser um privilégio, a habitação é um direito” e “A casa a quem a habita” foram alguns dos 'slogans' que se ouviram e leram nos inúmeros cartazes dos manifestantes que exigem do Governo novas regras que regulem as rendas e que acabem com a especulação imobiliária.
“As políticas anunciadas pelo Governo não respondem aos problemas concretos atuais: não param a especulação, não regulam o mercado, não protegem os direitos das pessoas”, criticou.
Segundo Rita Silva, atualmente o problema da habitação não se limita ao centro da cidade e já chegou à periferia da capital, onde vivem famílias que estão a ser “despejadas de forma cruel e bárbara”.
Por volta das 15:00 havia já centenas de pessoas concentradas no Largo do Intendente, em Lisboa. Alguns chegaram munidos com cartazes ou faixas enquanto outros aproveitaram o chão para desenhar palavras de ordem nos placards em branco.
Entre os manifestantes havia moradores a queixarem-se de serem alvo de processos de expulsão, arrendatários a protestar contra as elevadas rendas e jovens a lamentar não conseguir encontrar uma casa que consigam pagar.
A manifestação partiu cerca das 16:00 do Largo do Intendente em direção à Ribeira das Naus.
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