“São coletivos que já trabalham juntos há algum tempo e que se juntaram novamente para dar voz a esta preocupação, porque se atingiu uma situação limite, com tantos despejos e preços impossíveis de alcançar para quem queira viver na cidade”, disse à agência Lusa Sílvia Jorge, uma das subscritoras da iniciativa.

As ações vão decorrer sob o lema “Pelas nossas casas, pelas nossas vidas, Lutamos!”.

Na capital, a concentração está marcada para as 12:00 no largo Pina Manique, seguindo-se às 15:30 um desfile até à Ribeira das Naus, onde os manifestantes pretendem ficar até à meia-noite, segundo a informação transmitida pela mesma fonte.

Tanto para Lisboa como para o Porto foram criados eventos no Facebook e hoje foi formalmente anunciada a ação em comunicado enviado às redações.

“Esta manifestação é convocada por um conjunto alargado e diverso de associações e coletivos que veem os problemas da habitação e das nossas cidades agravarem-se com o processo de especulação generalizada e com a privatização de espaços públicos e socioculturais”, lê-se no comunicado.

A iniciativa junta organizações como a SOS Racismo, a Academia Cidadã, a APPA – Associação do Património e População de Alfama, a Assembleia Feminista de Lisboa, a Associação de Moradores e Moradoras do Centro Histórico do Porto e a Associação Terapêutica do Ruído, entre muitas outras.

Setembro é anunciado como mês de ação e luta pela habitação, estando previstas outras iniciativas destinadas a “discutir, denunciar, questionar e desafiar o modelo de desenvolvimento capitalista” que transforma a cidade “num gigantesco negócio”, subordinando-a “às leis de mercado” e excluindo os habitantes, defendem.

“Saímos à rua para lutar pelas nossas vidas, pelos nossos bairros, lugares e comunidades. Lutamos por uma vida digna e reclamamos o direito à construção coletiva dos espaços em que vivemos”, afirmam no manifesto associado à iniciativa.

União de Mulheres Alternativa e Resposta, Casa da Achada, Centro de Cultura Libertária, Coração Alfacinha, Disgraça, Gaia, Habita, Moradores do Bairro 6 de Maio, Morar em Lisboa, Mulheres na Arquitetura, Panteras Rosa e Stop Despejos estão entre os subscritores.

“As políticas atuais não resolvem o problema da habitação. Exigimos habitação digna para toda a gente”, frisam.