A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A semana passada, a Suécia, a Finlândia e a Noruega começaram a avisar os respetivos cidadãos para se prepararem para uma potencial guerra, dado o agravamento da situação no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Os três países nórdicos — dois dos quais (Finlândia e Noruega) têm fronteiras terrestres com a Rússia — começaram a preparar as suas populações com conselhos para “se a crise ou a guerra vier”.

No dia de hoje, soube-se que a Alemanha está a elaborar uma lista de abrigos e bunkers de emergência para civis.

A lista incluirá estações de metro subterrâneas, estacionamentos, prédios públicos e propriedades privadas, disse um porta-voz do Ministério do Interior. A população também será incentivada a criar abrigos em casas, convertendo porões e garagens.

O levantamento também será digital, para que as pessoas possam encontrar rapidamente um abrigo através de uma aplicação instalada no telemóvel.

A Alemanha, com 83 milhões de habitantes, ainda possui 579 bunkers que podem abrigar 480.000 pessoas, informou o porta-voz. A maioria foi construída durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. O país contava anteriormente com cerca de 2.000 abrigos.

Estas iniciativas são agora reforçadas após a Ucrânia ter recebido autorização dos Estados Unidos da América (EUA) para usar mísseis de longo alcance em território russo,.

A autorização, dada pelo presidente Joe Biden depois de meses de hesitação e a cerca de dois meses de deixar a Casa Branca (presidência norte-americana), já obteve reação do Kremlin (presidência russa), que acusou os EUA de estarem a atirar gasolina para a fogueira.

Quando é que tudo começou?

Há vários meses que os países nórdicos alertam os seus cidadãos. Por exemplo, os milhões de suecos que receberam o panfleto  “Se a crise ou a guerra vier” já tinham visto o documento quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, mas este tem agora o dobro do tamanho e dos conselhos.

Para os suecos, a ideia de um folheto de emergência civil não é novidade. A primeira edição de “If War Comes” foi produzida durante a Segunda Guerra Mundial e foi atualizada durante a Guerra Fria.

No verão, também a agência de gestão de emergências da Dinamarca tinha anunciado que ia enviar por correio eletrónico aos adultos dinamarqueses detalhes sobre como manter água, alimentos e medicamentos necessários para três dias, em caso de crise.

Por sua vez, a lista de preparativos divulgada pela Noruega — que inclui a sugestão de que sejam comprados e guardados alimentos de longa duração, como latas de feijão, barras energéticas e massas, e também medicamentos, incluindo comprimidos de iodo, em caso de acidente nuclear — teve uma versão anterior em 2018, mas foi agora acrescentada com o argumento de que eventos climáticos mais extremos, como inundações e deslizamentos de terra, trouxeram riscos acrescidos.