“Não se tratou de voto de confiança ou voto de desconfiança”, afirmou Pedro Mendonça, um dos membros do Grupo de Contacto (GC) do Livre, no final do IX Congresso do Livre.
Em declarações aos jornalistas, Pedro Mendonça reiterou a confiança da direção do partido na resolução da Assembleia, que propôs a retirada de confiança política à deputada eleita em outubro, Joacine Katar Moreira.
“Para que fique claro, nós somos a direção cessante do Livre, solidarizamo-nos em 100% com a decisão da assembleia cessante”, considerou.
Na ótica do GC, o Congresso quis "dar a garantia de que não há dúvidas absolutamente nenhumas da justiça ou injustiça da decisão".
O membro do GC considerou que “as decisões tomadas pelos órgãos do Livre são decisões justas para todos os membros e apoiantes do partido” e acredita que os novos órgãos saberão “avaliar e tomar a decisão mais correta e que melhor sirva os portugueses, os eleitores e o partido”.
Questionado sobre se existe, da parte do GC, alguma “esperança” de que as relações entre deputada e órgãos internos sejam restabelecidas, Pedro Mendonça reiterou que, sobre essa questão, o GC “já disse o que tinha a dizer”.
Momentos antes, Joacine Katar Moreira afirmou aos jornalistas que o adiamento da decisão da retirada da confiança política por parte do partido é “mais um voto de confiança”.
Segundo a deputada, isto demonstra que “a maioria dos membros do partido não está ansioso, e não tem necessidade nenhuma” que a parlamentar “vá embora neste exato momento ou de que a confiança política” lhe seja retirada.
Em resposta, Pedro Mendonça disse não compreender a visão da deputada: “Ora, se os novos órgãos vão ser eleitos amanhã não me parece que Joacine Katar Moreira possa estar dentro da cabeça ou dentro da ação política de órgãos que ainda nem sequer foram eleitos”.
Pedro Mendonça disse ainda que o Livre é “um partido partilhado” e não “um partido unipessoal”.
“Não somos um partido de líderes ou chefes”, concluiu, acrescentando que "a direção do partido fez todos os esforços possíveis e inimagináveis para que tudo corresse bem", mas vai acatar "as ordens e as decisões democraticamente decididas, quer em congresso, quer em assembleia, quer em Conselho de Jurisdição".
O Congresso do Livre decidiu hoje adiar a decisão sobre a retirada de confiança política proposta pela Assembleia do partido – órgão máximo entre congressos –, numa resolução votada hoje.
Com uma diferença de apenas dois votos, os membros do Livre decidiram adiar a decisão e deixá-la para os novos órgãos, nomeadamente a nova Assembleia, que inicia mandato após o congresso.
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