Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Rui Tavares reiterou que a estratégia do Governo de “dar prioridade à consolidação orçamental” no atual contexto “impede à partida um voto favorável” do Livre em relação à proposta de Orçamento apresentada na segunda-feira.

Segundo o Livre, o Governo deveria “pelo menos abrandar no tipo de consolidação orçamental que quer fazer” e acolher mais medidas de “responsabilidade social” como “serviços públicos mais baratos ou até gratuitos”, uma “rede de transporte escolar”, a criação de um “passe ferroviário nacional” ou a transformação de edifícios públicos em residências universitárias.

Rui Tavares defendeu que este tipo de “políticas públicas inovadoras” permitiria “combater diretamente a inflação” e prometeu apresentar no dia 17 deste mês propostas neste sentido para discutir com o Governo.

“Queremos que as reuniões se façam com mais ministérios logo depois”, disse.

Questionado sobre que meta defende para o défice no próximo ano, em vez dos 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) fixados pelo Governo, Rui Tavares respondeu que se ficasse no “nível em que se prevê que ele acabe este ano”, 1,9%, isso daria “mais 2 mil milhões para ajudar não só na mitigação da inflação como no combate à própria inflação”.

Se o défice em 2023 ficasse num valor intermédio, por exemplo, 1,4%, seriam “mil milhões”, acrescentou, concluindo: “É nesta faixa que nós temos de discutir”.