“Não está em causa a sua qualidade literária, o que houve foi um problema de inserção na lista. O livro entrou no 3.º ciclo por lapso, porque foi escolhido para o secundário”, disse à Lusa Fernando Pinto do Amaral, comissário do Plano Nacional de Leitura (PNL).
São centenas de livros e dezenas de listas que integram o PNL, pelo que é normal que ocorram erros deste tipo, explicou o responsável, exemplificando com um caso semelhante que aconteceu há uns anos com um livro da escritora Alice Vieira.
De qualquer forma, o poeta desvaloriza a polémica, explicando que não se trata de uma obra de cariz erótico, mas de um livro com memórias de infância e que tem umas passagens com conteúdo sexual, que apareceram descontextualizadas da narrativa.
Assim, o livro continuará a integrar o PNL, mas na lista das leituras recomendadas para alunos do secundário.
“O Nosso Reino” estava nas listas dos livros de leitura recomendada para o 3.º ciclo do ensino básico, que abrange 7.º, 8.º e 9.º anos, portanto, alunos com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos.
A polémica surgiu quando pais de alunos do 8.º ano do Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, que leram o livro nas férias do Natal, se aperceberam do seu conteúdo e protestaram.
A decisão de passar o livro para as listas do secundário foi tomada após uma reunião hoje à tarde com a comissão de especialistas que selecionam os livros.
Contudo, Fernando Pinto do Amaral sublinhou que esta decisão não foi uma “reação” à polémica, mas sim a correção de um lapso, que entretanto foi detetado.
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