Priti Patel, que falava no Congresso Anual do Partido Conservador, prometeu realizar “no próximo ano” a “maior revisão do sistema de asilo” que o Reino Unido viu “em décadas”, sem no entanto dar mais detalhes.
“Mas vou ser honesta convosco: vai demorar”, acrescentou a ministra, prometendo entretanto “acelerar a resposta operacional à imigração ilegal”.
“Vamos reenviar imediatamente, a cada semana, mais pessoas que entraram ilegalmente” no Reino Unido, disse Priti Patel, regozijando-se com o facto de o ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da União Europeia) permitir que o Governo britânico decida “pela primeira vez em décadas quem entra e quem sai” do país.
A ministra acusou os requerentes de asilo de cruzarem a Europa “a fazerem compras para descobrir onde procurar asilo” antes de cruzarem o Canal da Mancha para finalmente ficarem no Reino Unido, enchendo assim “os bolsos de gangues de criminosos desprezíveis”.
As declarações da ministra surgem numa altura em que o Governo britânico, que transformou o controlo da imigração, no pós-‘Brexit’, num cavalo de batalha, enfrenta um número recorde de tentativas de cruzar o Canal da Mancha, em embarcações muitas vezes improvisadas, através de contrabandistas.
Segundo a imprensa, Londres tem considerado várias opções para dissuadir os migrantes a ficarem no Reino Unido, como enviar os requerentes de asilo para um dos seus territórios no meio do Atlântico, o que fez disparar alertas nas organizações de direitos humanos.
Segundo as autoridades francesas, 6.200 migrantes tentaram atravessar o Canal da Mancha durante os primeiros oito meses do ano, a bordo de barcos insufláveis, caiaques ou mesmo boias, uma situação amplificada pela pandemia de covid-19, segundo a Agência Britânica de Crime (NCA, na sigla em inglês).
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