Depois de uma missão de 12 dias no terreno, o responsável das Nações Unidas para a pobreza e diretos do homem, Philip Alston, concluiu que existe uma “forte deterioração da situação dos mais pobres”.
O relatório divulgado hoje refere que a taxa de pobreza entre as crianças britânicas pode chegar aos 40%, acrescentando que um em cada cinco britânicos vive abaixo da linha de pobreza, de acordos com critérios nacionais.
“É triste e é claramente injustificado. O dinheiro está aqui, mas o governo decidiu recentemente despender somas exorbitantes em cortes nos impostos para os mais ricos”, disse Philip Alston.
O Reino Unido enfrentou uma década de austeridade após a crise financeira global de 2008-2009.
Cortes drásticos e congelamentos afetaram a maioria dos programas do governo. Ao mesmo tempo, Londres reestruturou o sistema de benefícios para incentivar o regresso ao trabalho.
A primeira-ministra Theresa May justificou a solidez desta política ao destacar a queda na taxa de desemprego, que passou de 7% em 2013 para 4,1% em setembro passado.
Mas Philip Alston observou que, ao desmantelar o estado social, a Grã-Bretanha vai acabar por violar as convenções das Nações Unidas, que protegem os direitos de mulheres e crianças.
Este relatório da ONU foi tornado público no meio de uma crise do governo, com Theresa May a enfrentar críticas e demissões no seu governo devido ao rascunho de acordo para o ‘Brexit’.
“Está claro que as consequências do ‘Brexit’ sobre as pessoas que vivem em situação de pobreza é uma consideração secundária”, referiu Philip Alston, explicando que o Reino Unido vai perder muito dinheiro de fundos europeus que podiam beneficiar as áreas mais carenciadas.
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