“Cumprindo as indicações da autoridade de saúde e na sua presença, a título preventivo, a LongaVida desligou de imediato as suas torres de refrigeração”, avançou, em comunicado, a empresa de produtos lácteos.
O surto de ‘legionella' que está a afetar a região do Grande Porto registou esta quarta-feira mais três casos, que deram entrada no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, revelou fonte da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) à agência Lusa.
Com estes novos casos, sobe para 85 o número de pessoas que contraíram a doença, desde 29 de outubro, nos concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, sendo que nove morreram com complicações associadas e 20 continuam internadas em três hospitais do distrito do Porto.
A empresa LongaVida efetua todos os controles exigidos por lei às suas torres de refrigeração, estando a acompanhar de perto o surto em colaboração com as autoridades que se encontram a realizar inspeções nesta área geográfica.
Referindo que “quaisquer informações” sobre este tema deverão ser prestadas pelas autoridades competentes, a empresa espera que a situação possa ser “rapidamente” esclarecida.
“Para a LongaVida a segurança das suas pessoas e das suas operações é uma prioridade não negociável”, vincou no comunicado.
A origem do surto ainda não foi descoberta, mas a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte divulgou, na terça-feira, que, "como medida cautelar, a Autoridade de Saúde de Matosinhos procedeu à suspensão do funcionamento das torres de refrigeração de duas indústrias, localizadas no concelho de Matosinhos", embora sem especificar quais.
Sem uma explicação concreta para a dispersão geográfica do surto, a ARS-Norte avançou que a mesma "é compatível com uma eventual fonte ambiental sujeita aos efeitos das alterações climáticas da depressão Bárbara".
Hoje, a Câmara Municipal de Matosinhos, numa reação à suspensão das torres de refrigeração de duas fábricas do concelho, disse estar a "acompanhar de perto e com preocupação o desenvolvimento do surto".
"Independentemente do concelho onde se situem estas instalações, o importante é que o foco tenha sido identificado e que esta situação possa, em breve, ser ultrapassada. A autarquia tem disponíveis todos os meios necessários para atuar, caso estes sejam solicitados pelas entidades de saúde responsáveis pela gestão do caso", garantiu a Câmara de Matosinhos, em comunicado.
Na semana passada, o Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito para investigar as causas do surto.
A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.
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