Fonte do Sindicato das Indústrias Transformadoras e Energia do Norte (Site Norte) disse à agência Lusa que, nos plenários, os trabalhadores serão ainda informados das diligências, entretanto, tomadas pela estrutura sindical, que tem agendada para 18 de fevereiro uma audiência com o secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, e aguarda resposta ao pedido de reunião com o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

Para quarta-feira está já marcada uma reunião com a administração da Efacec.

Nas instalações da Efacec na Arroteia, em Leça do Balio, Matosinhos, o plenário decorre entre as 14:30 e as 15:30, enquanto nas instalações da empresa na Maia os trabalhadores se reúnem entre as 15:50 e as 16:50.

O Site Norte tem-se mostrado “apreensivo”, primeiro com o arresto das contas e participações em empresas de Isabel dos Santos e, mais recentemente, com o anúncio da venda da participação da empresária angolana na Efacec, rejeitando que tal vossa vir a ser pretexto para novos despedimentos na empresa, na qual a filha do antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos é a maior acionista, através da Winterfell Industries.

“Esperamos que o grupo Efacec não use este arresto para continuar com a política de retirada de direitos, com a manutenção dos processos disciplinares, despedimentos coletivos e outras pressões que tem utilizado para despedir trabalhadores qualificados”, sustentou o sindicato num esclarecimento enviado há dias à agência Lusa.

Recordando que a Efacec “completa 72 anos de existência este ano” e é “uma empresa de referência e de grande importância para a indústria portuguesa”, o sindicato garante que tudo fará, “sempre em articulação com os trabalhadores, para que a Efacec continue a laborar por muito e longos anos”.

Na passada quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República angolana anunciou que Isabel dos Santos tinha sido constituída arguida num processo em que é acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol e que visa também portugueses alegadamente facilitadores dos negócios da filha do ex Presidente José Eduardo dos Santos.

De acordo com a investigação do consórcio, do qual fazem parte o Expresso e a SIC, Isabel dos Santos terá montado um esquema de ocultação que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para uma empresa sediada no Dubai e que tinha como única acionista declarada Paula Oliveira.

A investigação revela ainda que, em menos de 24 horas, a conta da Sonangol no EuroBic Lisboa, banco de que Isabel dos Santos é a principal acionista, foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária da petrolífera angolana.

O EuroBic já anunciou que a empresária vai abandonar a estrutura acionista, o mesmo acontecendo na Efacec e já depois de os três membros não executivos do conselho de administração da NOS ligados a Isabel dos Santos terem anunciado a sua saída da operadora de telecomunicações.

Há uma semana, a consultora PricewaterhouseCoopers (PwC) anunciou o corte de relações com as empresas controladas por Isabel dos Santos, enquanto a Sonae disse estar a acompanhar a situação com preocupação, devido à alusão à NOS, controlada pela ZOPT, da qual é acionista, tal como Isabel dos Santos.