“Vladimir [Putin] e eu decidimos naturalmente que a Rússia e a Bielorrússia estão abertas ao diálogo com outros Estados, incluindo os europeus. Espero que escutem rapidamente a voz da razão e possamos dialogar de forma construtiva, quer na segurança comum, quer na futura ordem mundial”, afirmou Lukashenko após o encontro com Putin, indicou a agência noticiosa oficial bielorrussa Belta.

Lukashenko sublinhou que “defender a democracia e o progresso através da utilização de restrições e da força militar já nem impressiona os seus próprios eleitores que conhecem agora todas as consequências e deficiências desse comportamento”.

“O fortalecimento das relações entre a Bielorrússia e a Rússia é uma resposta à situação mundial em mutação, na qual nos colocam constantemente à prova e nos medem pela nossa força”, considerou.

“Julgo que apesar de ainda existirem alguns artistas, continuaremos a garantir respostas eficazes aos desafios e ameaças” existentes, prosseguiu.

Lukashenko destacou a “correta” decisão de impulsionar a integração dos dois países no Estado da União, numa “demonstração a todo o mundo que apenas junto é possível superar as pandemias, as crises ou as sanções”.

“Este complicado momento torna necessário demonstrar vontade política e compromisso para garantir resultados em todos os âmbitos da agenda bilateral (…). Não podemos de qualquer modo repetir os erros registados após o colapso da União Soviética”, frisou.

Nesse sentido, reconheceu que foram “esgotadas as opções de negociação” bilateral em níveis inferiores. “Os governos creem que é possível um acordo em questões individuais sem ti, Vladimir Vladimirovich [Putin], e sem mim. Esse é o motivo da nossa reunião de hoje. Trataremos estes temas de novo e detalhadamente e tomaremos as decisões políticas necessárias”, observou.

As conversações entre os dois líderes iniciaram-se com uma reunião na qual participaram os ministros e outros dirigentes dos dois países.

A agência Belta destacou que Putin e Lukashenko se sentaram desta vez lado a lado e não nos lados opostos da mesa, considerando este gesto de “especial simbolismo” porque “enfatiza a natureza amistosa e aliada das relações bielorrussas-russas”.

Por sua vez, Putin confirmou o compromisso russo para colaborar com Minsk no âmbito nuclear e destacou o crescente comércio bilateral e que poderá envolver em breve 40 mil milhões de dólares (37,7 mil milhões de euros) contra 38,5 mil milhões de dólares em 2021.

“A Bielorrússia não é apenas um bom vizinho com quem colaboramos tendo em consideração os interesses mútuos, mas é ainda nosso aliado no sentido mais autêntico da palavra”, apontou Putin.

Entre as principais áreas da relação bilateral, citou a segurança e a cooperação a nível internacional. “Em geral, estamos satisfeitos com as nossas relações”, reafirmou.