A informação foi prestada hoje à Lusa por fonte judicial, sendo que este processo faz parte das investigações da operação Lava Jato, que descobriu esquemas de corrupção na estatal petrolífera brasileira Petrobras e em órgãos públicos do país. Aquela operação estava sob a responsabilidade do juiz Sérgio Moro, que recentemente se afastou do caso após aceitar a nomeação para o Ministério da Justiça no futuro governo do Presidente eleito, Jair Bolsonaro.

Na acusação, os procuradores afirmam que algumas reformas feitas pelas construtoras Odebrecht e OAS numa quinta frequentada por Lula da Silva e sua família, na cidade de Atibaia, no interior do estado de São Paulo, teriam sido pagas como parte de um acordo de suborno para que estas empresas fossem beneficiadas em contratos com a Petrobras.

O Ministério Público Federal (MPF) brasileiro alega que as construtoras gastaram pelo menos 700 mil reais (166 mil euros) em reformas no imóvel entre os anos de 2010 e 2014.

A quinta está registada em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna, mas os procuradores disseram acreditar que o imóvel na verdade pertenceria ao ex-presidente brasileiro.

Já os advogados de defesa de Lula da Silva afirmaram nos autos do processo que o ex-Presidente não é dono do imóvel e que apenas frequentava o local.

Os advogados também entendem que não foi comprovado pela acusação que o antigo chefe de Estado brasileiro seja culpado dos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais de que foi acusado neste caso.

Lula da Silva já foi condenado noutro processo da Operação Lava Jato, que investigou a propriedade um apartamento de luxo na cidade do Guarujá e atualmente cumpre uma pena de 12 anos e um mês de prisão.

O ex-Presidente brasileiro prestará depoimento na 13.° Vara da Justiça Federal do Paraná, na cidade brasileira de Curitiba.