“Evo Morales foi eleito (na Bolívia), mas a direita, como fizeram aqui, não quis aceitar o resultado”, afirmou o ex-presidente em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, onde discursou para a militância e simpatizantes no seu primeiro dia em liberdade depois de deixar a prisão em Curitiba na sexta-feira.

Lula dedicou alguns minutos de discurso para partilhar a sua visão sobre a atual situação política na América do Sul, um continente em ebulição, da Bolívia esquerdista ao Chile liberal.

"Nós temos que ser solidários com a Bolívia, ser solidários com o povo do Chile, temos que ser solidários com o povo da Argentina. Temos que pedir a Deus para que o companheiro Daniel [Martínez, da Frente Ampla] ganhe as eleições do Uruguai para não implantar lá o neoliberalismo", disse Lula.

"Temos que ser solidários com o povo da Venezuela”, acrescentou Lula, argumentando "é normal ter críticas (...) mas quem decide nos problemas de seu país é o povo de seu país".

Muito aplaudido, Lula aproveitou para mencionar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem o presidente Jair Bolsonaro têm afinidade política e ideológica.

"Que Trump resolva os problemas dos americanos e não encha o saco dos latino-americanos", disse.

Lula anunciou uma ofensiva política contra o governo de Bolsonaro e pediu aos seus apoiantes que ocupem as ruas. "Temos que seguir o exemplo do povo do Chile”, disse ao fim de seu discurso.