Segundo avança a Folha de São Paulo, são os dirigentes do Partido dos Trabalhadores que estão à procura de casa para o casal e, dado o ambiente crispado que se vive no Brasil, a solução deve passar por alugar uma casa num condomínio privado para garantir a segurança do ex-presidente, possivelmente seu estado natal de Pernambuco, no Nordeste do país.

Para além deste desafio, outro prende-se com a distância: Janja mora e trabalha em Curitiba, pelo que a socióloga provavelmente pedirá transferência ou procurará uma nova ocupação.

Esta, contudo, não é a única novidade na vida do casal. No discurso público que fez após sair em liberdade, Lula da Silva, para além de dizer ter sobrevivido à "resistir à safadeza" do "lado podre do Estado brasileiro", anunciou a intenção de se casar. "Vocês sabem que eu consegui a proeza de, preso, arrumar uma namorada, ficar apaixonado e ainda ela aceitar casar comigo – é muita coragem dela", disse, segundo a G1.

De seguida, Lula beijou a companheira, num momento captado em direto e posteriormente partilhado pela conta oficial de Twitter de Janja

O namoro e os planos de casamento entre Lula e Janja já tinham sido revelados em maio pelo ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, sendo que a socióloga terá feito parte da vigília Lula Livre, montada em Curitiba, e fazia visitas repetidas ao ex-presidente. Perante a possibilidade de Lula sair em liberdade, Janja tinha escrito nas suas redes sociais "Amanhã eu vou te buscar! Me espera!!"

Luiz Inácio Lula da Silva estava preso desde abril do ano passado, após ser condenado em segunda instância no caso que envolve um apartamento de luxo na cidade do Guarujá, no litoral do estado de São Paulo.

De 2009 até 2016 prevaleceu o entendimento de que a prisão só poderia ser executada após o trânsito em julgado, e de 2016 a 2019, de que seria permitida a execução após decisão de segunda instância.

Agora, em 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu novamente que se deve aguardar o trânsito em julgado, situação que gera "insegurança jurídica", na visão de Luciano Santoro.

No total, a nova decisão do STF abre caminho para libertar cerca de 5.000 réus, segundo o Conselho Nacional de Justiça brasileiro.

Porém, a aplicação da decisão não é automática, cabendo a cada juiz de execução analisar a situação processual de cada caso.