“Em primeiro lugar, abriu um novo capítulo no desenvolvimento da cooperação com [a província chinesa de] Guangdong” a partir da ‘expansão’ de Macau para Hengqin, “uma importante decisão estratégica do Governo central para apoiar o desenvolvimento” do antigo território administrado por Portugal, salientou Ho Iat Seng.
“Não há dúvida que Hengqin é a melhor plataforma para Macau participar na construção da Área da Grande Baía (…) e se integrar no desenvolvimento global do país”, afirmou.
O governante acrescentou que a abertura do novo posto fronteiriço “não só facilitará a troca de pessoas e bens entre os dois lugares, mas também atrairá residentes de Macau para trabalhar, investir e viver em Hengqin, e promover a integração e o desenvolvimento, (…) a subsistência das pessoas e a economia”, numa zona que se procura assumir de comércio livre com reduções e isenções fiscais.
“Acredita-se que, no futuro, o grau de interligação de infraestruturas e desenvolvimento da cooperação entre Macau e Zhuhai estará plenamente qualificado para caminhar na vanguarda da aglomeração urbana na Grande Baía, e desempenhar um papel mais ativo na promoção da integração e desenvolvimento”, explicou Ho Iat Seng.
Para Macau está em causa a integração no projeto de Pequim de criar com Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong uma metrópole mundial, com um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 1,3 biliões de dólares — maior que as economias da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20 -, e com cerca de 70 milhões de habitantes.
Além de integrar Macau e Hong Kong, Pequim pretende também transformar o modelo de crescimento da região: o objetivo é reforçar o consumo doméstico e serviços, atrair indústrias de alta tecnologia, finanças, biofarmacêutica ou saúde, em detrimento das exportações e manufatura.
A Zona Piloto de Comércio Livre de Hengqin, que pertence à cidade de Zhuhai, já estava ligada ao território outrora administrado por Portugal, e hoje uma região semi-autónoma chinesa e capital mundial do jogo, por um posto fronteiriço aberto 24 horas por dia e um túnel de acesso ao novo campus da Universidade de Macau, cujo terreno foi arrendado por Zhuhai à região.
Agora, no novo posto fronteiriço de Hengqin será adotado o modelo de inspeção fronteiriça integral, preparado para um movimento diário de 220 mil pessoas, onde na primeira fase da abertura foram instalados 35 canais de saída, 34 de entrada de pessoas, assim como quatro corredores provisórios para passagem de veículos.
Hoje, o chefe do Governo de Macau sublinhou a importância de Hengqin na integração do território, que quer diversificar a sua economia, muito dependente da indústria do jogo, num mercado único e de crescente conectividade entre as vias rodoviárias, ferroviárias e marítimas.
No futuro, Macau ficará conectada à rede ferroviária de alta velocidade da China graças à construção de túnel subaquático até ao posto fronteiriço da ilha de Hengqin, enquadrado no desenvolvimento do metropolitano ligeiro de superfície.
Isto numa região que, para além de Hong Kong, tem em Guangdong a província chinesa que mais exporta e a primeira a beneficiar das reformas económicas adotadas na China no final de 1970, integrando três das seis Zonas Económicas Especiais da China — Shenzhen, Shantou e, precisamente, Zhuhai.
Ho Iat Seng frisou que se deu “um grande passo no objetivo de interconexão e intercomunicação”, e que este nível de desenvolvimento da cooperação com Zhuhai “tem a potencialidade para ficar na vanguarda do grupo das cidades da Grande Baía, criando um papel mais ativo” na região.
O Governo central encarregou Hengqin, que fica ao lado dos casinos e ‘resorts’ de luxo de Macau e vai ser ligada pelo metro ligeiro, de desenvolver atrações turísticas complementares ao jogo.
A zona conta já com o maior oceanário do mundo, o Chimelong Ocean Kingdom, que integra um complexo com mais de 130 hectares e inclui salas de espetáculo e hotéis de luxo.
Assimilando uma herança arquitetónica de Macau, a localidade construiu também calçadas portuguesas.
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