“O Presidente condena veementemente os ataques sofridos hoje por Abu Dhabi e dá o seu apoio aos Emirados Árabes Unidos”, anunciou a Presidência francesa, especificando que a França continua “mobilizada a favor de uma solução política duradoura no Iémen”.
Antes, o chefe da diplomacia francesa Jean-Yves Le Drian havia estimado que os ataques ameaçam “a segurança do território dos Emirados e a estabilidade da região”.
Os Emirados e a França desfrutam de um relacionamento próximo de longa data, que foi reafirmado durante a visita de Emmanuel Macron a Dubai no início de dezembro, durante a qual os Emirados fizeram um pedido recorde de 80 caças Rafale.
O Presidente francês saudou-o como “o maior contrato militar com um componente francês” na história do país.
Em um relatório recente, cinco organizações não-governamentais (ONG) — incluindo a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) — denunciaram o facto de armas francesas vendidas aos Emirados terem sido usadas no conflito no Iémen, “em violação das suas obrigações internacionais”.
A França e os Emirados também cooperam na luta contra o terrorismo, nas grandes questões regionais, bem como na cultura, com o Louvre Abu Dhabi em particular.
A coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen desde 2015, bombardeou hoje alvos na capital iemenita, Sanaa, para eliminar “líderes” dos rebeldes huthis em retaliação aos ataques feitos horas antes contra os Emirados Árabes Unidos (EAU).
“Em resposta à ameaça e à necessidade militar, começámos a realizar ataques aéreos em Sanaa em que os alvos são líderes terroristas no setor norte da capital”, anunciou a coligação num comunicado divulgado pela agência noticiosa saudita SPA.
A coligação, que integra os EAU, argumentou que “a situação operacional exige ataques contínuos em resposta à ameaça”, segundo o comunicado.
Testemunhas na capital iemenita garantiram à agência noticiosa Efe que dois ataques atingiram quartéis militares dos huthis, localizados perto da cidade universitária de Sanaa, causando explosões e incêndios.
Segundo a agência iemenita Saba, controlada pelo huthis, pelo menos quatro civis morreram e outros cinco ficaram feridos em consequência dos bombardeamentos da coligação.
A nova campanha de bombardeamentos contra a capital iemenita ocorre após os dois ataques ocorridos hoje contra o aeroporto internacional e uma área industrial em Abu Dhabi, que provocaram pelo menos três mortos, no primeiro, e seis feridos, no segundo.
A guerra matou 377 mil pessoas no Iémen – tanto civis como combatentes – e exacerbou a fome e a miséria em todo o país.
O conflito no Iémen é considerado pela ONU como a maior tragédia humanitária do planeta, atualmente, com 80% da população do país a necessitar de algum tipo de assistência para colmatar as suas necessidades básicas.
Localizado no Médio Oriente, junto ao mar Arábico, golfo de Aden e mar Vermelho, e com fronteiras com Omã e a Arábia Saudita, o Iémen tem uma população de cerca de 33 milhões de pessoas.
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