O chefe de Estado prometeu uma “ecologia criadora de riqueza” após a apresentação de um projeto em Conselho de Ministros Extraordinário, que contemplam a transição energética em áreas como transportes, habitação e agricultura, segundo um investimento que prevê a adição de sete mil milhões de euros aos 30 mil milhões previamente destinados para políticas ambientais.

A França espera, por exemplo, encerrar as duas últimas centrais de produção de eletricidade movidas a carvão até 2027, três anos antes do prazo definido pela União Europeia (UE), substituindo-as pelo recurso à biomassa, investir 10 mil milhões de euros nos transportes públicos e impulsionar a produção de veículos elétricos.

O Presidente francês prometeu ainda que o país vai produzir um milhão de veículos elétricos em 2027 e defendeu o acesso de particulares a um veículo elétrico produzido na Europa por 100 euros mensais, a partir de 2024.

Quanto à habitação, o Governo francês vai promover a substituição de métodos de aquecimento e ar condicionado poluentes.

Convencido de que França vai reduzir a utilização de combustíveis fósseis de 60 para 40% até 2030, Macron defendeu que a transição energética deve também reduzir a dependência energética externa, desígnio que, a seu ver, exige um compromisso entre as energias renováveis e a energia nuclear.

O chefe de Estado vincou que a dependência energética externa custa à França 120 mil milhões de euros anuais e revelou que, a partir de outubro próximo, o país vai recuperar o controlo dos preços da eletricidade, graças à nacionalização da Electricité de France e do seu parque de produção nuclear.

O país vai deixar de fixar os preços da eletricidade com base nos preços do gás, apesar de apenas 10% da eletricidade produzida em França ter essa fonte, enquanto o resto provém da energia nuclear e renovável, com custos geralmente mais baixos, adianta a agência EFE, a partir de fontes da Presidência francesa.

Macron realçou que a França deve salvaguardar a “competitividade internacional” enquanto tenta concretizar esses objetivos e pediu a adaptação do pacto de estabilidade e transição energética por entender que “não pode haver uma transição ecológica e uma estratégia europeia de descarbonização se houver apenas regulação e não investimento”.

Criticado quanto às suas políticas ambientais nalgumas ocasiões, o Presidente francês defendeu que o seu plano é equilibrado e baseado nas recomendações dos cientistas, evitando que as medidas desacelerem a economia do país.