"Informo que tenho mandato, por unanimidade, para conduzir as negociações até ao fim", disse Rui Barreto, especificando que o partido lhe deu o assentimento para negociar o acordo com o PSD "se chegar a bom porto” como deseja.

A Comissão Política Regional do CDS-PP/Madeira reuniu-se hoje na sede do partido para analisar e debater a estratégia política das negociações com o PSD com vista à formação do XIII governo regional.

O PSD venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, mas perdeu, pela primeira vez a maioria absoluta, ao eleger 21 dos 47 deputados que compõem o parlamento regional. Uma vez que o CDS-PP conseguiu três mandatos, os dois partidos juntos somam 24 deputados, número necessário para uma maioria absoluta. O PS conquistou 19 deputados, os Juntos Pelo Povo três e a CDU um parlamento.

Rui Barreto adiantou que as conversações que se iniciaram na segunda-feira com o PSD são o cumprimento escrupuloso da moção que levou ao último congresso do CDS e que estipula "iniciar negociações e conversações com quem o povo manifestou maioritariamente essa vontade".

"Nós estamos, agora, num acordo político que é muito importante, um acordo de princípios como é que dois partidos se vão relacionar entre si, como é que vão coabitar entre si. Tem de haver regras claras porque eu quero, desejo que este governo seja estável e seja responsável", disse.

Rui Barreto adiantou que na reunião de hoje entre os dois grupos de trabalho (PSD e CDS) se "avançou muitíssimo", mas “há muitas arestas ainda por afinar”.

“Só no final é que vamos discutir pessoas", referiu, revelando que o CDS indicou a vontade de ter duas secretarias regionais, sem especificar quais.

"A mim e ao CDS o que interessa é um projeto para a Madeira, um projeto para os madeirenses, um projeto para nós, para os nossos filhos e para os nossos netos, e que esse programa deve refletir uma vontade de ambas as partes”, declarou o dirigente centrista, que foi cabeça de lista do partido nas eleições de domingo.

Segundo Rui Barreto, “esse programa deve ser para todos”, mas primeiro é necessário “fazer um acordo político e foi isso, aliás, que se iniciou hoje com um grupo de trabalho, constituído por três elementos do PSD e três elementos do CDS", acrescentou.

O objetivo é um "acordo político sólido para um governo de quatro anos para bem de toda a Madeira e Porto Santo", realçou.