Um médico, um enfermeiro, uma técnica de diagnóstico, uma assistente operacional e um tripulante de ambulância foram vacinados ao mesmo tempo.
"Conforme foi decidido pela comissão de vacinação regional, a primeira leva de vacinas será administrada fundamentalmente ao pessoal da saúde e da proteção civil que está na linha da frente e, depois, iremos também alargar este processo inicial de vacinação ao pessoal, utentes e encarregados dos lares", disse o presidente do Governo Regional da Madeira.
Miguel Albuquerque falava no Hospital Central do Funchal dr. Nélio Mendonça após a administração da primeira dose da vacina da BioNTech/Pfizer aos cinco profissionais.
"Amanhã iremos iniciar a vacinação no Porto Santo a cerca de 30 profissionais do centro de saúde que estão também na linha da frente", anunciou o chefe do executivo, de coligação PSD/CDS-PP, vincando que o segundo lote de vacinas - 14.625 doses - deverá chegar à região autónoma na primeira semana de fevereiro de 2021.
Miguel Albuquerque afirmou, por outro lado, que, apesar do aumento do número de infeções no decurso do mês de dezembro, a Madeira não regista ainda transmissão comunitária, mas apenas local.
"Temos um aumento do número de cadeias [de transmissão local] ativas - passou de 48 para 51 - e essas 51 cadeias corresponde a uma subida, mas era expectável dado o número de convívios familiares alargados e de outra natureza que aconteceram durante o mês do Natal", declarou.
De acordo com os dados mais recentes, o arquipélago da Madeira contabiliza 610 infeções ativas, num total de 1.687 casos confirmados desde 16 de março, sendo que 37 pessoas estão hospitalizadas, quatro delas nos cuidados intensivos. Há também a assinalar 13 óbitos associados à doença.
"O Governo Regional vai continuar a gerir uma situação de crise de saúde pública, não há alteração nenhuma em relação aos procedimentos profiláticos e às medidas preventivas que estão em vigor", disse Miguel Albuquerque.
O governante apelou à "responsabilidade" das pessoas, sobretudo em relação ao cumprimento do isolamento profilático no período que decorre entre a realização do primeiro e do segundo teste e, por outro lado, anunciou que a região vai recorrer aos 100 mil testes rápidos que dispõe para testar toda a população escolar.
"Vamos fazer os testes a toda a gente", disse, reforçando: "Estamos a falar de um universo de 52 mil pessoas - 42 mil alunos, cerca de 6 mil professores e 4 mil funcionários."
A testagem será progressiva, a partir da reabertura das escolas após as férias do Natal.
Entretanto, no Hospital Central do Funchal, as primeiras cinco pessoas vacinadas contra o novo coronavírus no arquipélago foram Pedro Balza, médico; João Caires, enfermeiro da Unidade de Contingência Covid-19 do Hospital Central do Funchal; Alberto Delgado, tripulante de ambulância do Serviço de Saúde da Madeira; Ana Silva, assistente operacional da Unidade de Rastreio do Aeroporto da Madeira, e Ludivina Freitas, técnica superior de diagnóstico no Laboratório de Patologia Clínica da região.
O sentimento geral entre os cinco era de confiança e de esperança e nenhum manifestou qualquer reação adversa à vacina, cuja segunda dose será administrada daqui a 21 dias.
O primeiro lote de vacinas - 9.750 doses - chegou na quarta-feira à região, ficando acondicionado em dois ultracongeladores na farmácia do Hospital Central do Funchal.
As 9.750 doses - fornecidas pela BioNTech/Pfizer - vão permitir vacinar 4.785 pessoas, num universo de 200 mil elegíveis na Região Autónoma da Madeira.
O Plano Regional de Vacinação Covid-19 estabelece três fases, a começar pela população mais idosa e pelos profissionais do sistema de saúde, público e privado, ao que se seguem as pessoas com comorbilidades e, depois, o resto da população.
A estimativa aponta que sejam vacinadas 50 mil pessoas na primeira fase; outras 50 mil na segunda fase, e, por fim, 100 mil pessoas.
A campanha de vacinação arrancou no domingo em Portugal, à semelhança de outros países da União Europeia.
A vacina é facultativa, gratuita e universal, sendo assegurada pelo SNS.
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