José Minas fez este reparo na Assembleia Legislativa da Madeira, na audição parlamentar sobre "Catástrofes Naturais e Incêndios", requerida pelo PSD e que esta manhã teve a presença de representantes das corporações de bombeiros do Funchal (voluntários e municipais) e da Calheta.
"Nós não temos um sistema de alerta na Região Autónoma da Madeira, nós temos um sistema de avisos meteorológicos, mas os avisos meteorológicos ou qualquer aviso tipo da proteção Civil destinam-se à população civil, não se destinam aos agentes da Proteção Civil", esclareceu José Minas.
"Há uma coisa chamada de alertas. O sistema de alertas pressupõe, obrigatoriamente, a alocação de meios e recursos a uma determinada situação", acrescentou este responsável.
José Minas revelou, ainda, que nos incêndios que afetaram a região na segunda semana de agosto, a corporação fez uma hora de combate a fogo florestal.
"De resto, fizemos exclusivamente proteção a pessoas e bens", acrescentou.
Já o comandante dos Bombeiros Voluntários da Calheta (BVC), José Alegria, levantou a questão das ajudas de compensação serem taxadas em sede de IRS, o que poderá ser um entrave na mobilização de voluntários.
"Aquela pequena verba que se dá aos bombeiros, que é como uma compensação pela deslocação, pela alimentação quando estão em serviço voluntário, tudo isso é taxado em sede de IRS”, o que “considero ser uma injustiça", disse José Alegria.
Por sua vez, o comandante dos Bombeiros Voluntários Madeirenses (BVM), Rui Pedro, defendeu ser importante que o trabalho de prevenção comece já no inverno, com a limpeza da floresta e a criação de uma barreira de espécies florestais resistentes ao fogo na zona de interface floresta/zona urbana.
Mais equipamentos e recursos humanos, limpeza das florestas por parte dos privados e melhor ordenamento territorial foram alguns aspetos defendidos pelos responsáveis daquelas corporações, que revelaram também já terem concluído os relatórios dos incêndios.
A Madeira foi afetada na segunda semana de agosto por vários incêndios, no Funchal, na Calheta e Ponta do Sol, que causaram três mortos, um ferido grave, mais de três centenas de edifícios parcial ou totalmente destruídos, dezenas de desalojados e prejuízos na ordem dos 157 milhões de euros.
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