"A Venezuela não tolerará o espetáculo da chamada ajuda humanitária, porque não somos os mendigos de ninguém", disse hoje Nicolas Maduro numa conferência de Imprensa no palácio presidencial.

Os primeiros camiões com alimentos e remédios, oriundos dos EUA começaram a chegar à Colômbia, onde aguardarão o desbloqueio de pontes entre os dois países latino-americanos.

Esta semana, Nicolas Maduro já tinha criticado os EUA por estarem a tentar uma intervenção militar na Venezuela, dissimulada por uma estratégia de alegada ajuda humanitária.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.