"Estou muito atento ao debate desta noite, quase que vou para lá", ironizou Maduro, cuja reeleição tem sido questionada. "Se não me tivessem roubado o avião na República Dominicana, eu teria ido para lá".

A aeronave, um Dassault Falcon 900EX, foi apreendida a 2 de setembro por autoridades norte-americanas na República Dominicana, onde estava retida desde maio, e foi transferida para a Flórida.

O Departamento de Justiça dos EUA explicou que o avião foi adquirido ilegalmente e contrabandeado para uso de Maduro.

"Deixaram-me sem avião, o ladrão do presidente da República Dominicana, [Luis] Abinader, que é um bandido, um ladrão, o povo dominicano vai fazê-lo pagar no devido momento", continuou Maduro em uma transmissão obrigatória por rádio e televisão em Caracas.

O governo dominicano negou ter participado na investigação dos EUA que levou à apreensão da aeronave.

A operação ocorreu no decurso da rejeição de Washington à reeleição de Maduro em 28 de julho, considerada fraudulenta pela oposição. A República Dominicana também questionou o resultado, e a Venezuela rompeu relações diplomáticas como resposta.

Caracas já não mantinha relações com os Estados Unidos desde 2019, quando Washington não reconheceu a primeira reeleição de Maduro e bombardeou o país sul-americano com sanções económicas. Trump era o presidente à época.

O avião foi visto, por exemplo, quando Maduro viajou para São Vicente e Granadinas em dezembro de 2023 para participar numa reunião sobre um conflito de fronteiras com a Guiana. A aeronave também transportou Alex Saab, acusado de ser testa de ferro do presidente venezuelano, após uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos.