Em conferência de imprensa sobre os acontecimentos de Pedrógão Grande, que provocou a morte a 64 pessoas, mais de 200 feridos e uma vasta área ardida, Constança Urbano de Sousa concluiu, tendo por base relatórios e inquéritos de diversas entidades, que se verificou uma “descoordenação no posto de comando da ANPC” do teatro de operações, “em especial com os outros agentes de proteção civil”.
Também as falhas de comunicações do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) “dificultaram as operações de controlo e comando”.
Segundo a ministra, houve também uma “falta de articulação entre a secretaria-geral da Administração Interna, PSP, ANPC e GNR no que diz respeito à deteção dos problemas nas comunicações e no acionamento e mobilização da Estação Móvel, que se refletiu numa excessiva morosidade da sua disponibilização”.
Estes constrangimentos “foram potenciados pela escolha do local para a instalação do posto de comando e controlo da ANPC em Pedrógão Grande”, considerou a ministra num despacho hoje emitido.
Os relatórios e inquéritos permitiram ainda concluir que “a rede SIRESP revelou-se pouco resiliente em virtude de a interligação das estações base e a restante rede SIRESP ser feita com cabos de fibra ótica, maioritariamente suportados por postes”, vulneráveis em caso de incêndio.
Face às detetadas dificuldades das comunicações o governo determinou a aquisição de duas estações móveis da ANPC com comunicações satélite e o pré-posicionamento de quatro estações móveis – uma no Porto, outra em Lisboa e duas com posicionamento dinâmico, de acordo com o risco de incêndio.
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