“Os Estados-membros da UNECE permanecem empenhados na implementação” deste plano e da sua Estratégia (MIPAA/RIS) e “na adaptação das suas sociedades às implicações do envelhecimento populacional”, apontam as conclusões do relatório divulgado hoje na Conferência Internacional das Nações Unidas, que decorre até sexta-feira em Lisboa.
Na conferência, a chefe da Unidade da População da UNECE, Vitalija Gaucaite Wittich, afirmou que 80% dos estados-membros relataram a implementação da estratégia, o que demonstra que “os países levam realmente a sério este enquadramento internacional”.
O documento refere que os investimentos realizados para satisfazer “a crescente necessidade” de serviços de saúde, sociais e de cuidados de longa duração continuam a ser de particular importância na adaptação dos estados-membros ao envelhecimento da população.
“Muitos progressos foram realizados nos últimos cinco anos, mas o acesso à saúde e aos cuidados sociais continua a ser um desafio” face à crescente procura, em países como o Azerbaijão, Cazaquistão, Federação Russa e Ucrânia.
Para os países, é importante reforçar os serviços comunitários e de acolhimento que apoiem as pessoas idosas a viverem nas suas próprias casas e na comunidade o maior período de tempo possível.
O foco prioritário dos governos na região continua a ser a adoção das reformas necessárias para adaptar os mercados de trabalho, os sistemas de proteção social e da saúde e às implicações do envelhecimento populacional e garantir a sua sustentabilidade financeira face à crescente procura.
Também são preocupações para muitos países da região conseguir prevenir a pobreza, particularmente entre os grupos mais vulneráveis.
A discriminação, a violência, o abuso e a negligência das pessoas idosas nas suas várias formas também continuam a ser um desafio significativo na região.
O documento destaca também a situação das mulheres que “continuam a ser desfavorecidas no mercado de trabalho e em outros domínios da vida e correm maior risco de abuso e pobreza em idade avançada”, defendendo a necessidade de medidas específicas que promovem a igualdade de género ao longo da vida.
Para os autores do relatório, “respostas políticas eficazes ao envelhecimento da população” requerem uma solução “abrangente, transversal e multissetorial”.
Os países da UNECE devem “continuar a envidar esforços para coordenar políticas entre os vários ministérios e em diferentes níveis governamentais, fomentando a colaboração entre os intervenientes em diferentes sectores”, refere o relatório.
Segundo dados apresentados pelo ministro do Trabalho, Vieira da Silva, na conferência, em 2017, 15,4% da população na região UNECE tinha 65 anos contra os cerca de 13% em 2002.
"As tendências atuais indicam que, até 2030, as pessoas com 65 ou mais anos vão representar mais de um quinto da população da região UNECE", frisou o ministro
Vitalija Gaucaite Wittich explicou que o documento não é vinculativo, mas tem uma revisão de cinco anos de avaliação, tendo sido hoje concluído o terceiro ciclo de revisão na conferência promovida pela UNECE.
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