No total, a 31 de dezembro de 2020, 1.230 Enfermeiros tinham pedido a declaração à OE para emigrar, um número que, apesar de ser inferior aos anos anteriores, a Ordem considerou “surpreendente por se tratar de um ano em que não houve desemprego na enfermagem em Portugal”.

No ano passado, licenciaram-se cerca de 2.700 enfermeiros em Portugal, adianta a Ordem dos Enfermeiros em comunicado.

“Estes Enfermeiros juntam-se aos mais de 20 mil que já se encontram no estrangeiro e que, apesar de desejarem regressar ao seu país, não o têm feito devido aos vínculos precários, nomeadamente os contratos de quatro meses que estão a ser oferecidos aos Enfermeiros desde o início da pandemia”, salienta.

Para a OE, “este é mais um sinal de alerta que deve levar o Governo a repensar a forma de contratação de enfermeiros e a encontrar mecanismos” para os fixar em Portugal, “numa altura em que toda a Europa se vê novamente confrontada com uma situação de caos nos serviços de Saúde devido à pandemia”.

A Ordem observa, a este propósito, que um dos principais destinos de enfermeiros portugueses atualmente é a Espanha, país que registou mais de dois milhões de infetados e 50 mil mortos.

Com 148 pedidos de certificados, Espanha ultrapassou o Reino Unido e a Suíça na lista de países que mais recebem enfermeiros portugueses.

“Também se nota um aumento de pedidos de recrutamento por parte de países como a Bélgica e a Alemanha, com propostas cada vez mais frequentes e vantajosas”, salienta.

Para a OE, o número de pedidos para emigrar é “muito preocupante e mostra que alguma coisa tem que mudar rapidamente em Portugal”.

Se isso não acontecer, adverte, corre-se “o risco de, muito em breve, não haver enfermeiros disponíveis” no país.

“Logo em março, a OMS alertou os países para encontrarem mecanismos de fixação de Enfermeiros, Portugal não o fez. Tornámo-nos o país que importa ventiladores e exporta enfermeiros”, alerta a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, citada no comunicado.

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