Em julho, o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Duarte Cordeiro (PS), anunciou o encerramento do Miradouro de Santa Catarina para obras de requalificação, apontando que o espaço ia permanecer encerrado durante o “resto do verão”.
O autarca acrescentou que “no processo de requalificação do miradouro” será introduzida “uma vedação que permita que o miradouro esteja aberto ao público como hoje está [com acesso livre], mas também permita, se a sociedade assim o entender, delimitar o miradouro, permitindo que fique em descanso face à carga que atualmente tem”.
No entender dos subscritores da petição, intitulada ‘Por um Adamastor de todos e para todos’, o encerramento do Miradouro de Santa Catarina tratou-se de uma decisão “arbitrária e autoritária”, que não foi alvo de “discussão ou sequer apresentação pública do plano de requalificação previsto” para o espaço.
Assim, os peticionários pedem a “marcação de uma sessão da Assembleia Municipal de Lisboa aberta ao público, na qual seja explicada a lógica das ações tomadas e partilhados os planos de obras existentes para o local”, bem como a “interrupção imediata de quaisquer obras entretanto iniciadas e a garantia de que não serão retomadas até que o plano das mesmas tenha sido amplamente discutido em sessão pública”.
A petição requer ainda a “clarificação do processo que presidirá à escolha de um novo locatário do quiosque sito no local, num momento em que o vice-presidente da CML deu a entender que pretende rescindir o contrato com atual locatário, tendo o plano de exploração anunciado na imprensa em toda a aparência sido desenhado com o intuito de excluí-lo”.
“O miradouro deve permanecer aberto até que todos os pontos acima tenham sido devidamente esclarecidos, e o plano de obras de requalificação tenha sido discutido e obtido amplo consenso social, e não apenas a aprovação tácita dos interesses privados que nos últimos anos se têm instalado em Santa Catarina”, destaca.
O texto defende também que o espaço deve ser "livre de preconceito e moralismo, e acessível a todas as pessoas de bem independentemente do seu nível de rendimentos", criticando "a lógica da engenharia social que se depreende das palavras do vice-presidente da CML em declarações à imprensa".
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